TEL AVIV, 19 JUN (ANSA) – O conflito entre Irã e Israel chegou ao sétimo dia nesta quinta-feira (19) com ataques mútuos contra um hospital no sul do território israelense e um reator nuclear no país persa e ameaças graves entre as partes.
Nesta manhã, as Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificaram sua ofensiva contra o programa nuclear iraniano, com ataques aéreos contra instalações consideradas críticas para o desenvolvimento de armas nucleares.
Segundo as tropas israelenses, entre os alvos da operação estão o reator nuclear de água pesada de Arak, que abriga a estrutura para a produção de plutônio e está localizado a 250 km a sudoeste de Teerã.
A água pesada ajuda a resfriar os reatores nucleares, mas produz plutônio como subproduto que pode ser potencialmente usado em armas nucleares. Isso ofereceria ao Irã outra rota para a bomba, além do urânio enriquecido, caso decida desenvolver uma arma nuclear.
Como parte do acordo nuclear de 2015 com potências mundiais, o Irã concordou em redesenhar a usina para aliviar os temores de proliferação, segundo informou o “The Guardian”.
Um porta-voz do Exército liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu acrescentou que 40 caças atacaram dezenas de alvos militares com mais de 100 bombas durante a noite.
Além disso, a Força Aérea atingiu “um local usado para o desenvolvimento de armas nucleares em Natanz, onde estão localizados componentes e equipamentos exclusivos usados para o desenvolvimento de armas nucleares e onde projetos estão sendo desenvolvidos para acelerar o programa nuclear”.
Após a ofensiva, a agência de notícias oficial iraniana, IRNA, afirmou que Teerã reportou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) os ataques lançados por Israel contra as instalações nucleares iranianas de Arak e Natanz e acusou a instituição de ser “parceira” na agressão de Tel Aviv.
A IRNA também acusou Israel de “continuar sua agressão e suas ações contrárias às leis internacionais que proíbem ataques a instalações nucleares”.
Por sua vez, o Irã lançou uma série de mísseis contra Israel e atingiu o hospital de Soroka, o principal do sul de Israel e que fica na cidade de Beersheba, deixando mais de 70 feridos.
O ataque iraniano atingiu outras áreas de Israel, e provocou um total de 271 feridos pelo país, sendo quatro em estado grave, segundo o Ministério da Saúde.
As trocas de ataques entre os países já deixaram pelo menos 639 mortos e 1.329 feridos desde 14 de junho, informou hoje a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana), uma organização não governamental iraniana independente que lida com direitos humanos.
A ONG estima que a maioria das vítimas seja civil. Os ataques israelenses afetaram um total de 21 províncias. Os dados da Hrana – divulgados apesar da falta de números oficiais completos e das restrições impostas pelas autoridades de Teerã – foram recolhidos pelo Iran International, um site londrino ligado à oposição no exterior. (ANSA).