O Exército israelense afirmou neste domingo (7) que bombardeou outro edifício residencial na Cidade de Gaza, pouco depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciar que as tropas estavam “ampliando” sua ofensiva no principal centro urbano do território palestino.
Israel ainda não anunciou publicamente o início de sua ofensiva para tomar a Cidade de Gaza, aprovada por Netanyahu no mês passado, mas suas tropas têm intensificado os bombardeios e as operações na área há semanas.
“Há pouco tempo, o Exército bombardeou um edifício muito alto, utilizado pela organização terrorista Hamas na área da Cidade de Gaza”, informa um comunicado militar. Trata-se da Torre Al Roya, que estava sob alerta de ataque desde o sábado.
O Exército israelense afirma que o Hamas usava este prédio para “monitorar a localização de […] tropas [israelenses] na área”. O Hamas nega usar prédios residenciais com fins militares.
O ataque contra a torre Al Roya deixou um morto, informou a Defesa Civil local.
O Exército israelense havia emitido duas ordens de evacuação para o Al Roya, instando os moradores do complexo e dos arredores a se deslocarem para o sul da Faixa de Gaza, para a “zona humanitária” de Al Mawasi, em Khan Yunis.
O ataque contra a torre ocorreu horas depois de Netanyahu informar o gabinete israelense de que o Exército estava intensificando sua ofensiva na Cidade de Gaza.
“Estamos ampliando nossas operações na Cidade de Gaza e arredores”, disse o premiê a seus ministros, no início de uma reunião semanal do governo.
Na sexta e no sábado, Israel já tinha destruído outros dois prédios residenciais usando o mesmo argumento de que o Hamas os utilizava como pontos de observação.
Foi como um terremoto”, contou à AFP Mohammed al Nazli de Gaza. O edifício ficou “completamente destruído e reduzido a escombros”, acrescentou esta testemunha.
“É extremamente aterrador, não sabemos quanto mais vamos aguentar”, acrescentou.
Netanyahu indicou neste domingo que cerca de 100.000 habitantes já deixaram a Cidade de Gaza, a principal cidade da Faixa. Segundo estimativas recentes da ONU, cerca de um milhão de pessoas vivem ali e nos arredores.
A escalada reacendeu os temores de uma maior deterioração das já precárias condições humanitárias dos palestinos que vivem no território sitiado.
Por outro lado, a Defesa Civil do território palestino reportou 40 mortes neste domingo em toda a Faixa causadas pelas tropas israelenses.
Devido às restrições impostas aos meios de comunicação em Gaza e às dificuldades de acesso, a AFP não pode verificar de forma independente os balanços da Defesa Civil.
bur-hba-jd-glp/dv/rnr/meb/eg/mvv/jc/rpr