A devastação sem precedentes, protagonizada por Israel à Faixa de Gaza, assume contornos humanitários dramáticos. O início da incursão terrestre contra o grupo terrorista Hamas tende a produzir uma tragédia humanitária raras vezes vista na história.

Se ao Estado judeu não há alternativa, senão o contra-ataque, aos terroristas palestinos (apoiados pelo Irã) sobram opções, desde manter refém a população, com vias a mais baixas entre os civis, ao confronto direto sob escombros e túneis, que causarão danos terríveis ao exército israelense.

Neste jogo de ganha-ganha do Hamas, onde o terror sempre vence, inclusive com a rápida e perigosa expansão do antissemitismo explícito por todo o mundo, caberia ao ocidente democrático sinais inequívocos de apoio a Israel. Porém, a despeito das condenações ao Hamas e a ajuda militar norte-americana, não é o que se tem visto.

No Brasil, segundo recente pesquisa do Instituto Quaest, 80% da população se manifestam favoráveis a Israel nas redes sociais. Contudo, o governo brasileiro oscila entre titubeante à condenação incondicional ao Hamas e o repúdio às ações israelenses. Nesse ambiente crescente de ódio aos judeus, é um péssimo sinal.

Israel não é mocinho nem 100% certo neste conflito todo, mas sua condição de historicamente atacado é indiscutível. Os judeus são alvo de tentativa de extermínio desde sempre na região. A autodeterminação de um povo é inquestionável, e em uma guerra, ainda que existam códigos e leis, o objetivo é a sobrevivência.

Se boa parte do mundo não entende isso, ou entende apenas a existência dos palestinos – e pouca lhe importa o assassinato de judeus -, é um fato que Israel já se acostumou. Por isso, não esperemos moderação. O objetivo é aniquilar o Hamas, ao menos em Gaza (já que espalhado pela região), e isso será, senão alcançado, tentado ao máximo, custe o que custar – em vidas e dinheiro.