Israel ataca única igreja católica de Gaza e fere padre e mais 7

VATICANO, 17 JUL (ANSA) – O Exército de Israel atacou nesta quinta-feira (17) a Igreja da Sagrada Família, única paróquia católica da Faixa de Gaza, e deixou pelo menos oito pessoas feridas, incluindo o padre argentino Gabriel Romanelli, interlocutor frequente do finado papa Francisco.   

Inicialmente, duas mulheres atingidas foram dadas como mortas, mas fontes ligadas ao Patriarcado Latino de Jerusalém, ao qual a igreja está subordinada, explicaram que elas foram internadas em estado grave. “Não sabemos se elas resistirão”, explicou um informante.   

Já o padre Romanelli, que costumava receber ligações diárias de Francisco, incluindo nos últimos dias de vida do pontífice argentino, foi ferido de forma leve na perna.   

Ainda segundo fontes do Patriarcado de Jerusalém, Israel teria se justificado afirmando que tratou-se de um “erro de disparo”. O papa Leão XIV, que está em repouso em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, foi informado sobre o ataque, mas ainda não se pronunciou.   

Por sua vez, a premiê da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que as investidas israelenses contra “a população civil” são “inaceitáveis”. “Nenhuma ação militar pode justificar essa postura”, acrescentou.   

O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, fez coro e disse que os ataques contra civis em Gaza “não são mais admissíveis”. “O ataque desta manhã atingiu a Igreja da Sagrada Família em Gaza, um ato grave contra um lugar de culto cristão. Toda a minha solidariedade ao padre Romanelli, ferido no ataque. É hora de parar e encontrar a paz”, salientou.   

A igreja fica na Cidade de Gaza, principal município do enclave palestino e que foi devastada durante o conflito. Ao longo dos últimos 21 meses, a paróquia se tornou abrigo para refugiados e também hospeda crianças portadoras de deficiência atendidas por freiras católicas.   

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023, a comunidade cristã da Faixa de Gaza caiu pela metade, entre fugas para o Egito e mortes em bombardeios, e hoje soma apenas cerca de 500 pessoas. (ANSA).