CAIRO (Reuters) – Israel realizou seus primeiros ataques aéreos na Síria em quase um mês, dizendo que atingiu armas pertencentes ao governo em retaliação ao disparo de dois projéteis contra Israel e responsabilizando o presidente interino Ahmed al-Sharaa.
Damasco disse que os ataques israelenses causaram “perdas humanas e materiais pesadas”, reiterando que a Síria não representa uma ameaça para nenhuma parte regional e enfatizando a necessidade de acabar com a presença de grupos armados e estabelecer o controle estatal no sul.
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Israel não atacava a Síria desde o início de maio — um mês marcado pela reunião do presidente norte-americano, Donald Trump, com Sharaa, o fim das sanções dos EUA e os contatos diretos sírio-israelenses para acalmar as tensões, conforme relatado pela Reuters na semana passada.
Ao descrever os novos governantes como jihadistas, Israel bombardeou a Síria com frequência este ano. Israel também deslocou tropas para áreas do sudoeste, onde disse que não permitirá que as forças de segurança do novo governo se posicionem.
Os projéteis que Israel informou terem sido disparados da Síria foram os primeiros desde que o governante sírio de longa data, Bashar al-Assad, foi derrubado. Os militares israelenses disseram que os dois projéteis caíram em áreas abertas.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que considera o presidente sírio “diretamente responsável por qualquer ameaça e disparo contra o Estado de Israel”.
Segundo nota do Ministério das Relações Exteriores da Síria, a precisão dos relatos de bombardeios contra Israel ainda não havia sido verificada.
“Acreditamos que há muitas partes que podem tentar desestabilizar a região para atingir seus próprios interesses”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da Síria, conforme relatado pela agência de notícias estatal.
Uma autoridade síria disse à Reuters que essas partes incluem “remanescentes de milícias da era Assad ligadas ao Irã, que há muito tempo atuam na área de Quneitra” e têm “interesse em provocar retaliação israelense como meio de aumentar as tensões e minar os atuais esforços de estabilização”.
(Reportagem de Jaidaa Taha, Menna Alaa El Din e Enas Alashray no Cairo e Suleiman Al-Khalidi na Jordânia)