Israel aprovou a construção de 560 novas casas na colônia de Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada, anunciou nesta segunda-feira à AFP o porta-voz do assentamento, que fica ao leste de Jerusalém.

O Quarteto internacional publicou há alguns dias um relatório pedindo a israelenses e palestinos que desistissem respectivamente da colonização e violência, que, segundo eles, minam as possibilidades de alcançar a paz.

O Quarteto é formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas.

A decisão israelense, no entanto, foi tomada depois que várias pessoas exigiram uma resposta dura de Israel por uma série de ataques de palestinos nos últimos dias na Cisjordânia.

O porta-voz explicou que o prefeito de Maale Adumim foi informado no domingo à noite sobre a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Avigdor Lieberman.

Netanyahu também aprovou um projeto de 240 novas casas nas colônias de Jerusalém Oriental, a parte de maioria árabe da cidade.

Também autorizou a construção de 600 casas para os palestinos em Beit Safafa, um bairro árabe da cidade.

Os gabinetes de Netanyahu e Lieberman se negaram a comentar as declarações do porta-voz de Maale Adumim.

Cerca de 570.000 colonos vivem atualmente na Cisjordânia e Jerusalém Leste.

A comunidade internacional considera ilegal a colonização, ou seja, a construção de moradias para civis israelenses em territórios palestinos ocupados ou anexados desde 1967.

– Medidas de represália –

A decisão de aprovar estas novas construções responde aos pedidos para que Israel desse uma resposta contundente à série de ataques de palestinos nos últimos dias na Cisjordânia.

Uma adolescente israelense americana de 13 anos foi morta por um palestino na colônia de Kyriat Arba, perto de Hebron, na Cisjordânia. Além disso, um colono de 18 anos foi assassinado por um palestino que abriu fogo contra seu carro no sul de Hebron. Os dois crimes aconteceram na semana passada.

Em resposta, as autoridades israelenses tomaram várias medidas de represália, incluindo o bloqueio de Hebron e a redução das transferências de impostos à Autoridade palestina.

Os Territórios Palestinos, Israel e Jerusalém são alvo desde outubro de uma onda de violência que cobrou a vida de 214 palestinos, 34 israelenses, dois americanos, um eritreu e um sudanês, segundo contagem da AFP.

O governo israelense votou em 19 de junho uma ajuda especial de 16 milhões de euros às colônias na Cisjordânia ocupada em resposta à deterioração da segurança no local.

Dias antes, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, conhecido por suas declarações anti-árabes, entrou para o governo como ministro da Defesa.

Sua nomeação causou preocupação na comunidade palestina. A Autoridade palestina a considera “uma verdadeira ameaça instabilidade e extremismo na região”.