Israel anuncia ter atacado ‘local militar’ no noroeste da Síria

O Exército israelense anunciou na noite desta segunda-feira (3) que atacou um “local militar” onde havia um depósito de armas no noroeste da Síria, depois que uma ONG síria reportou uma explosão próxima do porto de Tartus.

O Exército israelense “atacou recentemente um local militar onde eram armazenadas armas pertencentes ao antigo regime sírio na região de Qardaha”, diz um comunicado militar.

A cidade de Qardaha, berço da família Assad que governou o país por décadas, fica cerca de 60 km ao norte de Tartus.

Israel realizou centenas de ataques na Síria durante a guerra civil, principalmente contra forças governamentais e alvos vinculados ao Irã, aliado do presidente deposto Bashar al Assad.

Em Damasco, a agência SANA noticiou “ataques aéreos realizados por aviões israelenses nos arredores de Tartus”, sem que houvesse informações sobre vítimas imediatas, e acrescentou que “a Defesa Civil e equipes especializadas estão trabalhando para confirmar os alvos”.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), por sua vez, informou sobre uma explosão na região após o sobrevoo de um avião, “provavelmente israelense”.

O responsável do OSDH, Rami Abdel Rahmane, disse à AFP que a explosão ocorreu em uma base militar próxima ao porto.

Após a derrubada de Bashar al Assad em 8 de dezembro por uma aliança rebelde liderada pelo grupo islamista radical Hayat Tahrir al Sham (HTS), o Exército israelense realizou centenas de ataques contra posições militares, afirmando que buscava evitar que o arsenal do antigo governo caísse em mãos hostis.

Na terça-feira passada, anunciou ter atacado posições militares no sul da Síria. Segundo o OSDH, pelo menos duas pessoas morreram em um desses ataques, contra o quartel-general de uma unidade militar a sudoeste de Damasco.

Em 23 de fevereiro, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu exigiu “a desmilitarização total do sul da Síria” e indicou que o seu país não toleraria o posicionamento de forças do novo governo sírio ao sul de Damasco.

Dois dias depois, os participantes da conferência de diálogo nacional sírio realizada em Damasco denunciaram essas “declarações provocadoras” e condenaram a intromissão israelense em território sírio.

No mesmo dia da queda de Assad, o Exército israelense enviou tropas à região controlada pela ONU que separa as forças israelenses das sírias nas Colinas de Golã.

Israel se apoderou da maior parte dessa região estratégica em 1967, antes de anexá-la em 1981.

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