Israel anuncia que Hamas libertará 11 reféns até o final da semana

Kai Pfaffenbach/Reuters
Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Israel anunciou que oito reféns mantidos em Gaza serão libertados na quinta-feira, 30, e outros três no sábado, 1º de fevereiro, no âmbito do acordo de cessar-fogo que deve pôr fim a 15 meses de guerra com o grupo radical islâmico Hamas.

+Entenda detalhadamente as ameaças tarifárias de Donald Trump

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o Hamas lhe entregou a lista dos oito reféns, três israelenses e cinco tailandeses, que serão libertados na quinta-feira. Outros três homens, todos vivos, serão devolvidos no sábado.

Pouco antes do anúncio, dois dirigentes do Hamas acusaram Israel de atrasar a entrega da ajuda humanitária a Gaza, como prevê o acordo, e alertaram que isso poderia afetar a libertação dos reféns. As autoridades israelenses desmentiram a informação.

São mulheres as três israelenses que serão libertadas na quinta-feira: a soldado Agam Berger, de 20 anos, e a civil Arbel Yehud, de 29, além da teuto-israelense Gadi Moses, de 80, segundo o gabinete de Netanyahu.

Caminho do fim

O acordo de trégua entre Israel e Hamas entrou em vigor em 19 de janeiro e prevê, em sua primeira fase de seis semanas, trocar 33 reféns mantidos em Gaza por cerca de 1.900 palestinos presos em presídios israelenses. Já foram libertados sete reféns israelenses em troca de 290 prisioneiros palestinos.

A trégua permitiu a entrada de ajuda internacional ao pequeno território sitiado por Israel e imerso em uma crise humanitária. Um alto dirigente do Hamas acusou Israel de atrasar a entrega de permissões para que esta ajuda chegue a Gaza.

“Advertimos que os contínuos atrasos e o fato de estes pontos não serem abordados [a entrega de ajuda-chave] afetarão o avanço natural do acordo, inclusive a troca de prisioneiros”, disse à agência de notícias AFP, sob condição de anonimato.

Outro representante do Hamas, que também não quis revelar sua identidade, afirmou que o grupo havia pedido aos mediadores cataris e egípcios que interviessem no assunto.

Procurado pela AFP, o Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense encarregado de temas civis nos Territórios Palestinos ocupados, declarou que se tratava de uma “notícia falsa”. “Três mil caminhões entraram em Gaza” entre 26 de janeiro e esta quarta-feira, 29, segundo o órgão.

O acordo de cessar-fogo prevê a entrada, em média, de 600 caminhões por dia a Gaza, onde quase todos os seus 2,4 milhões de habitantes foram deslocados.

Centenas de milhares de palestinos começaram a voltar na segunda-feira para suas casas no norte do território, percorrendo a pé as estradas em meio a ruínas.