Israel anuncia morte de 4 soldados em Gaza

O Exército israelense anunciou, nesta sexta-feira (6), a morte de quatro de seus soldados na Faixa de Gaza, onde 38 pessoas morreram em bombardeios israelenses durante o dia, segundo a Defesa Civil.

Os quatro militares morreram ao amanhecer enquanto operavam “em um complexo pertencente” ao movimento islamista palestino Hamas, quando “um artefato explosivo explodiu, provocando o desabamento de parte da estrutura”, indicou o general de brigada Effie Defrin, porta-voz do Exército israelense.

Outros cinco soldados ficaram feridos, um deles gravemente, acrescentou.

“As perdas sofridas hoje pela ocupação em Khan Yunis […] ilustram o que as forças de ocupação enfrentarão onde quer que estejam”, indica uma declaração atribuída a Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Ezzedine al Qassam, o braço armado do Hamas.

O grupo também instou a população israelense a “obrigar seus líderes a terminar a guerra de extermínio ou se preparar para receber mais filhos seus em caixões”.

Esses quatro óbitos elevam para 429 o número de soldados israelenses mortos desde o início da ofensiva terrestre em Gaza.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu expressou suas condolências “às famílias de nossos quatro heróis mortos em Gaza na luta para derrotar o Hamas e trazer de volta os nossos reféns”.

“Nossos quatro combatentes sacrificaram suas vidas pela segurança de todos nós”, acrescentou.

Por outro lado, o general Defrin indicou que, para continuar com sua campanha, ao Exército “faltam mais de 10.000 soldados, incluindo cerca de 6.000” para suas unidades de combate.

“É uma necessidade operacional real, por isso estamos tomando todas as medidas necessárias”, declarou o general, respondendo a uma pergunta sobre o recrutamento de judeus ultraortodoxos, isentos de obrigações militares há décadas.

Após mais de 20 meses de guerra em Gaza, essa isenção é cada vez mais malvista pela sociedade israelense.

Os deputados do Likud, o partido de Netanyahu, devem abordar essa questão espinhosa com o potencial de derrubar o governo, um dos mais direitistas da história do país, constituído com o apoio de partidos ultraortodoxos e da extrema direita.

Israel intensificou recentemente sua campanha em Gaza, no que considera um novo esforço para derrotar o Hamas, cujo ataque de 7 de outubro de 2023 desencadeou o conflito atual.

No território palestino, 38 pessoas morreram nesta sexta-feira, primeiro dia da festa muçulmana do Eid, por bombardeios aéreos ou disparos israelenses. Onze mortes foram registradas em um bombardeio em Jabaliya, no norte do território, segundo a Defesa Civil.

A AFP questionou o Exército israelense sobre essa informação, mas não obteve resposta.

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