Israel ameaça suspender acesso de ONGs internacionais a Gaza

Israel anunciou, nesta terça-feira (30), que as ONGs que atuam em Gaza e não entregarem até quarta-feira a lista de seus funcionários palestinos não poderão operar no território em 2026, acusando dois integrantes da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) de terem “vínculos com organizações terroristas”.

Segundo um comunicado do Ministério da Diáspora e do combate ao antissemitismo, as organizações que “se recusaram a entregar a lista de seus funcionários palestinos, para excluir qualquer vínculo com o terrorismo (…) terão suas licenças anuladas a partir de 1º de janeiro”.

As organizações afetadas “deverão cessar toda atividade antes de 1º de março de 2026”.

O ministério afirmou que apenas 15% das ONGs são afetadas e acrescentou que “atos de deslegitimação de Israel, processos judiciais contra soldados do Tsahal (Exército israelense), a negação do Holocausto, assim como a negação dos eventos de 7 de outubro constituem motivos para retirar a licença”.

O texto afirma, ainda, que “algumas organizações internacionais estiveram envolvidas em atividades terroristas”.

E acusa diretamente a Médicos Sem Fronteiras (MSF) de ter empregado pessoas “com vínculos com organizações terroristas”.

Segundo o ministério, “um integrante da Jihad Islâmica Palestina foi identificado” em junho de 2024 como funcionário da ONG. Em setembro de 2024, “outro funcionário do MSF foi identificado como franco-atirador do Hamas”.

Procurada pela AFP, a ONG afirmou que “nunca empregaria conscientemente pessoas envolvidas em atividades militares”.

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