O reconhecimento de um Estado palestino por países ocidentais poderia levar Israel a tomar “medidas unilaterais”, advertiu neste domingo (7) o chefe da diplomacia israelense, Gideon Saar.
Em julho, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que reconheceria um Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU no fim de setembro.
Outros países, como Canadá, Austrália e Bélgica, manifestaram essa mesma intenção.
O Reino Unido, por sua vez, afirmou em agosto que também reconheceria um Estado palestino caso não aconteça uma trégua em Gaza, onde Israel está em guerra contra o Hamas em resposta ao ataque lançado por esse movimento islamista palestino em 7 de outubro de 2023 em território israelense.
“Estados como França e Reino Unido, que promovem o chamado reconhecimento [de um Estado palestino] cometeram um enorme erro”, disse Saar em entrevista coletiva ao lado de seu colega dinamarquês Lars Løkke Rasmussen, que está em visita a Jerusalém.
“Isso tornaria mais difícil conseguir a paz” e “também levará Israel a tomar medidas unilaterais”, advertiu, sem detalhar quais.
O rei Abdullah II da Jordânia reiterou neste domingo a “rejeição absoluta” de sua país a qualquer “medida israelense para anexar a Cisjordânia” em um encontro em Abu Dhabi com o presidente dos Emirados Árabes, Mohammed bin Zayed Al Nahyan.
Os dois dirigentes também expressaram sua oposição aos “projetos de expansão das colônias [israelenses] na Cisjordânia”.
Além disso, o monarca denunciou as “posições e declarações israelenses que são uma ameaça para a soberania dos Estados da região”, segundo o palácio jordaniano.
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, indicou, por sua vez, em entrevista à BBC neste domingo, que o reconhecimento de um Estado palestino seria “desastroso”.
“Declarar unilateralmente um Estado palestino é uma violação dos acordos de Oslo”, firmados entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina (OLP) de Yasser Arafat, acrescentou.
Os palestinos querem estabelecer um Estado palestino nos territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, separados por Israel.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse na quinta-feira que advertiu a França e os outros país que têm essa intenção sobre possíveis represálias de Israel como a anexação de territórios na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967.
dms/mib/cab/eg/mb/rpr