Israel afirmou que, com um bombardeio no Líbano, frustrou neste domingo (25) um amplo ataque do Hezbollah. O movimento islamista garantiu, no entanto, que conseguiu lançar centenas de drones e foguetes contra posições israelenses em resposta ao assassinato de um dos seus líderes.

O Exército israelense não relatou nenhuma vítima do ataque do grupo libanês, apenas “danos menores”. Apesar disso, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou estado de emergência por 48 horas, antes de levantar a maioria das restrições.

A comunidade internacional há semanas expressa seu receio de uma escalada militar regional entre Irã e seus aliados de um lado, e Israel do outro, em meio à guerra em Gaza, onde, após dez meses, ainda não foi alcançado um cessar-fogo, apesar das negociações.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acompanha os acontecimentos “de perto” e um porta-voz do Pentágono declarou que Washington está “disposto a apoiar” a defesa de Israel, seu aliado.

O Hezbollah, armado e financiado pelo Irã, ameaçou com retaliações após a morte de um de seus líderes militares, Fuad Shukr, em um ataque israelense na periferia de Beirute em 30 de julho.

Ao lado do Irã e do movimento palestino Hamas, também ameaçou responder ao assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, em 31 de julho, atribuído a Israel, que não o reconheceu.

O Hamas, que há mais de dez meses trava uma guerra contra Israel em Gaza, elogiou a resposta “forte” do Hezbollah e o “golpe” ao governo israelense.

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que seu país ainda não deu sua “última palavra” sobre os bombardeios do dia anterior.

Após o ataque do Hezbollah, a Força Aérea Israelense lançou “uma operação complexa pouco antes das 05h locais (mesmo horário em Brasília), na qual cerca de cem aeronaves interceptaram milhares de lança-foguetes direcionados ao norte de Israel em 40 zonas de disparos no sul do Líbano”, disse o tenente-coronel Nadav Shoshani.

As autoridades libanesas relataram três mortos nos bombardeios israelenses.

– “Primeira fase” da resposta –

Os disparos do Hezbollah são parte de um “plano maior de ataque, mas conseguimos frustrar grande parte dele”, acrescentou.

O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, disse que as declarações de Israel “sobre as ações preventivas que tomou… e o fracasso do ataque da resistência são declarações vazias”.

O movimento, politicamente muito influente no Líbano, afirmou que lançou “um grande número de drones” contra o território israelense e “mais de 320” foguetes Katiusha contra 11 bases militares em Israel e nas Colinas de Golã sírias ocupadas.

O ataque “terminou” e foi um “sucesso”, destacou, antes de insistir que foi apenas a “primeira fase” da resposta à morte de Shukr.

A coordenadora das Nações Unidas no Líbano e o primeiro-ministro libanês Najib Mikati apelaram ao fim da “escalada” e à implementação da “Resolução 1701 da ONU”, que encerrou a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, enfatizou a “necessidade de preservar a estabilidade do Líbano”.

Os rebeldes huthis do Iêmen, aliados do Irã, aplaudiram o ataque “corajoso” do Hezbollah e reiteraram a ameaça de lançar seu próprio ataque em resposta à operação israelense no porto de Hodeida.