Israel adia libertação de prisioneiros palestinos

Israel adia libertação de prisioneiros palestinos

"""FoiGoverno Netanyahu critica "cerimônias degradantes” conduzidas pelo Hamas e anuncia que só vai libertar 600 palestinos após receber garantias sobre libertação de próximo grupo de reféns israelenses.O primeiro-ministro de Israel anunciou, na madrugada deste domingo (23/02), que a libertação de prisioneiros palestinos prevista para sábado será adiada até que o Hamas garanta a libertação dos próximos reféns de Gaza, segundo um comunicado.

"Foi decidido adiar a libertação dos terroristas prevista para ontem [sábado], até que seja garantida a libertação dos próximos reféns, e sem cerimônias degradantes", indicou o gabinete de Benjamin Netanyahu em comunicado, após horas de adiamento da libertação dos prisioneiros.

O Comité para os Assuntos dos Detidos e Ex-Detidos do Governo palestino confirmou a notícia pouco depois, num outro comunicado: "Adiamento da libertação dos prisioneiros palestinos pela ocupação israelense até nova ordem".

Apesar de o último refém em Gaza cuja libertação estava prevista para sábado, Hisham al-Sayed, ter deixado o enclave ao início da tarde, a libertação de mais de 600 prisioneiros palestinos foi adiada durante horas.

No comunicado, Netanyahu afirma que a razão para o atraso na libertação dos prisioneiros foram as "repetidas violações" do acordo de cessar-fogo do Hamas, referindo-se a "cerimônias que depreciam os reféns para fins de propaganda".

No sábado, tal como nas trocas anteriores, o Hamas submeteu os reféns libertados (exceto Al-Sayed) a eventos encenados ao lado de seus captores antes de os entregar à Cruz Vermelha.

Além disso, à noite, o Hamas divulgou um vídeo de propaganda que mostra dois outros prisioneiros ainda no enclave, Evyatar David e Guy Gilboa Dalal, assistindo à libertação, de manhã, de Omer Wenkert, Omer Shem Tov e Eliya Cohen. A Os dois reféns apelaram a Netanyahu para que prosseguisse com o cessar-fogo.

Após o anúncio israelense, o grupo Hamas condenou neste domingo a decisão de Israel de não libertar os 600 prisioneiros palestinos, conforme estava previsto no acordo de cessar-fogo.

"A alegação da ocupação de que a 'cerimônia de entrega é humilhante' é uma alegação falsa e um pretexto frágil com a intenção de fugir das obrigações do acordo", disse hoje em um comunicado o membro do gabinete político do Hamas, Ezzat Al-Rashq, referindo-se ao motivo dado por Israel para atrasar a libertação de prisioneiros palestinos.

"Essas cerimônias não incluem nenhum insulto aos prisioneiros, mas refletem o tratamento humano e generoso para com eles. O verdadeiro insulto é o que nossos prisioneiros são submetidos durante o processo de libertação, com torturas, espancamentos e humilhações deliberadas até o último momento", acrescentou.

Funeral de líder do Hezbollah no Líbano reúne milhares

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram neste domingo nos subúrbios ao sul de Beirute, conhecidos como Dahye, para se despedir de Hassan Nasrallah, líder do grupo xiita Hezbollah, que foi assassinado há cinco meses por Israel, em uma cerimônia que contou com a presença de autoridades libanesas e iranianas, entre outras.

A Cidade Esportiva Camille Chamoun, localizada em Dahye e com capacidade para acomodar mais de 80.000 pessoas, foi o local escolhido pelo Hezbollah para se despedir de seu líder e também daquele que deveria ser seu sucessor, Hashem Safi al Din.

O estádio e seus arredores estavam lotados, com pessoas chegando a acampar durante a noite, apesar das baixas temperaturas, para garantir um local privilegiado para assistir à cerimônia, que contou com a presença do ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, e do presidente do Parlamento iraniano, Mohamed Baqer Qalibaf.

"Que o inimigo saiba que a resistência continua, ela nunca vai parar até atingir seus objetivos", disse um representante do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em um discurso lido em seu nome.

O funeral também contou com a presença de uma delegação de rebeldes xiitas houthis do Iêmen, bem como de figuras de grupos xiitas iraquianos, que fazem parte do chamado "Eixo da Resistência", uma aliança informal liderada por Teerã que também inclui o grupo palestino Hamas.

Israel expande ofensiva militar contra a Cisjordânia

Ainda neste domingo, tanques israelenses avançaram em direção à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, depois que o Exército de Israel anunciou que decidiu enviar uma divisão de tanques para esse território pela primeira vez desde 2002, segundo informou a imprensa palestina.

Vídeos transmitidos por canais palestinos mostram vários tanques, alguns deles com bandeiras israelenses, indo em direção a Jenin.

"O Exército começou a operar em outras cidades na área de Jenin e, simultaneamente, um pelotão de tanques começará a operar em Jenin como parte da atividade antiterrorista", afirmou o Exército israelense à Agência EFE sobre seus últimos movimentos na área.

Além disso, em vilarejos próximos a Jenin, como Al Yamun e Silat Al Harithiya, escavadeiras israelenses, como costuma acontecer em tais operações, destruíram ruas e infraestrutura crítica, segundo denunciou a mídia palestina.

O governador de Jenin, Ahmad Zakarneh, disse que Israel impôs um toque de recolher de 48 horas na vila de Qabatiya, ao sul de Jenin, que começou esta manhã, de acordo com a agência de notícias oficial palestina "Wafa”.

Zakarneh também relatou que escavadeiras israelenses destruíram lojas, casas, veículos e parte do cemitério na entrada de Qabatiya.

Em 21 de janeiro, após a entrada em vigor da trégua na Faixa de Gaza, Israel lançou uma operação "antiterrorista" em larga escala contra o norte da Cisjordânia, batizada de "Muro de Ferro" e com foco no acampamento de Jenin, um reduto histórico de milícias palestinas, bem como em Tubas e Tulkarem; com a presença de combatentes do Hamas e outras facções.

jps (EFE, Lusa)