Israel acusou, nesta sexta-feira (30), o presidente francês, Emmanuel Macron, de empreender uma “cruzada contra o Estado judeu”, depois que o mandatário instou os países europeus a endurecerem sua postura em relação a Israel, caso a situação humanitária em Gaza não melhore.
“Não há nenhum bloqueio humanitário. Isso é uma mentira descarada”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Israel em um comunicado.
“Mas, ao invés de pressionar os terroristas jihadistas, Macron quer recompensá-los com um Estado palestino. Sem dúvidas, seu dia nacional será 7 de outubro”, disse a Chancelaria israelense em referência ao ataque perpetrado pelo Hamas em 2023 que desencadeou a guerra.
Na semana passada, Israel suspendeu parcialmente um bloqueio de mais de dois meses que impediu a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
O território palestino está devastado e enfrenta escassez de água, comida, combustível e medicamentos após quase 20 meses de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
Nos últimos dias, Macron multiplicou suas declarações de apoio aos palestinos.
O mandatário considerou, por exemplo, nesta sexta-feira, que os países da União Europeia deveriam “endurecer” sua postura em relação a Israel, caso a situação humanitária em Gaza não melhorasse.
“Se abandonarmos Gaza, se considerarmos que há um salvo-conduto para Israel – embora condenemos os ataques terroristas – perderemos nossa credibilidade”, acrescentou no fórum de defesa Shangri-La Dialogue, em Singapura.
Macron também declarou que o reconhecimento de um Estado palestino “não é simplesmente um dever moral, mas sim uma exigência política”.
A França organiza uma conferência internacional na sede da ONU em Nova York com a Arábia Saudita, destinada a ressuscitar a ideia de uma solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense, à qual o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, se opõe.
A Chancelaria israelense afirmou nesta sexta em seu comunicado que o “Hamas, por sua vez, já elogiou as declarações de Macron. O Hamas sabe o porquê”.
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