Israel acusa Hamas de mudar termos de cessar-fogo e causar ‘crise de última hora’

AFP
Uma menina palestina inspeciona os escombros de um prédio após um ataque israelense em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza Foto: AFP

Israel acusou nesta quinta-feira, 16, o movimento islamista palestino Hamas de provocar “uma crise de último minuto” ao desistir de alguns pontos do acordo de trégua em Gaza anunciado na quarta-feira.

“O Hamas não cumpriu partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel em uma tentativa de obter concessões de último minuto”, disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um comunicado, acrescentando que a situação criou uma “crise de último minuto”.

“O gabinete de segurança israelense não se reunirá (para aprovar o acordo) até que os mediadores tenham notificado Israel que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”, acrescentou o texto.

Izzat el-Risheq, alto funcionário do Hamas, no entanto, nega as acusações de que o grupo terrorista tenha renegado alguns detalhes do acordo de cessar-fogo com reféns e diz que está comprometido com o acordo anunciado pelos mediadores ontem.

Acordo

Após mais de um ano em ponto morto, as negociações indiretas entre Israel e Hamas aceleraram nos últimos dias antes de o presidente dos EUA, Joe Biden, deixar a Casa Branca para ser substituído pelo republicano Donald Trump na segunda-feira.

Na noite de quarta-feira, os países mediadores anunciaram um acordo em três fases que prevê uma trégua a partir do domingo, uma primeira troca de 33 reféns israelenses por presos palestinos e um aumento da ajuda humanitária.

O Conselho de Ministros de Israel tem que se reunir durante esta quinta-feira para avaliar o acordo e aprová-lo apesar das diferenças internas.