O isolamento do Catar pode durar “anos”, advertiu nesta segunda-feira, em Paris, uma autoridade dos Emirados Árabes, que, juntamente com outros três Estados árabes, impõem um bloqueio àquele pequeno reino, acusado de apoiar o terrorismo.

“Não queremos uma escalada, queremos isolar” o Catar, que deve renunciar ao “apoio aos jihadistas e aos islamitas extremistas”, explicou o ministro árabe das Relações Exteriores, Anwar Gargash, a um grupo de jornalistas.

Gargash declarou que os adversários do Catar, que romperam relações diplomáticas com Doha há duas semanas, “apostam no tempo”.

Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos e Bahrein também fecharam suas fronteiras terrestres e marítimas com o emirado, e impuseram restrições aéreas.

Gargash acusou o emirado de “construir uma plataforma sofisticada de apoio financeiro, midiático e político” aos islamitas radicais e de abrigara vários de seus líderes.

Além disso, indicou que os três países do Golfo mais o Egito entregariam uma lista com suas exigências, incluindo a expulsão de personalidades radicais, sem fornecer mais detalhes.

Gargash considerou que a crise só será resolvida se o Catar “mudar de política”, e se comprometer a “cessar seu apoio aos jihadistas e islamitas radicais”.

“Estados Unidos, França, Grã-Bretanha ou Alemanha têm o peso político e a experiência técnica para instaurar um mecanismo de vigilância” para garantir o respeito do Catar às exigências impostas, acrescentou o ministro.