Isabella Santoni embarcou neste mês de abril rumo a um dos eventos mais relevantes do calendário internacional do design: a Milano Design Week. Com presença confirmada na programação e visita agendada à sede do Pininfarina, cuja iniciativa carioca leva sua chancela como embaixadora e é responsável pelo novo projeto da Origem Incorporadora, empresa da qual é diretora artística, a artista aprofunda sua imersão no campo que abrange estética, inovação e discurso simbólico.
+ Isabella Santoni celebra amadurecimento na carreira
A viagem não é só mais um compromisso institucional — ela representa um novo capítulo na atuação de Santoni fora dos sets. Sem abandonar a carreira nas artes cênicas, que segue sendo eixo central de sua trajetória, ela vem se inserindo de maneira ativa em circuitos de decisão estrutural e curadoria visual de um empreendimento com DNA autoral.
“É uma experiência de aprendizado constante. Amo viajar para ver galerias de arte, conhecer novas arquiteturas e culturas. Vir para Milão, que é uma das capitais da moda, ainda mais na semana de design é um turbilhão de inspiração. Venho entendendo como a linguagem do design traduz a cultura de um local — também é uma forma de contar histórias, só que por meio do espaço, da matéria, da luz, de um produto”, comenta Isabella.
Com um capital simbólico 11,9 milhões de seguidores em suas redes sociais, ela vem reposicionando sua imagem pública como um ativo estratégico em múltiplas frentes, e a aposta no design integra um movimento maior de expansão, que inclui também o universo da moda.
De 2020 a 2023, Santoni também comandou a diretoria criativa da NIA, marca de beachwear que propõe uma abordagem inclusiva da mulher brasileira, além de uma conduta alinhada à práticas ecologicamente sustentáveis em diferentes etapas do processo — não utilizam plástico nas embalagens, que são feitas com um tecido proveniente de garrafa PET, as tags são de papel e o lacre de plástico é reciclado e reciclável.
Revelando um desejo claro de intervir tanto nos modos de produção quanto nas estratégias de consumo, ela dá atenção especial ao modo como o mercado constrói sua comunicação com o público: “A forma como uma marca se comunica diz muito sobre o tipo de sociedade que ela ajuda a construir. Não basta oferecer um produto alinhado a valores como inclusão e sustentabilidade se a linguagem publicitária ainda reforça estereótipos ou exclusões”.
“Meu objetivo é participar das decisões que moldam essa comunicação — não só como rosto da campanha, mas como alguém que pensa a mensagem, o tom, as escolhas visuais. Porque o impacto de uma marca começa muito antes da compra, e deve ser compromisso de todos nós, empresários, ao mesmo passo que buscamos maneiras de fazer o negócio prosperar, lembrarmos de práticas, alternativas e propostas que minimizem o impacto ambiental, que sempre existe em algum grau, mas que não apenas pode, como deve, ser determinante em cada decisão”, conclui.