Filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro têm relações com um clube de tiro que carrega suspeitas de apologia ao nazismo. A informação foi divulgada pela Agência Pública.

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Eduardo e Carlos já treinaram e participaram de eventos do clube americano 88 Tactical, que usa diversas simbologias suspeitas. O próprio nome e a logo chamam atenção, porque o número 88 é utilizado como referência à saudação “Heil Hitler”, em uma aliteração de HH (H é a oitava do alfabeto e soa, em inglês, como oito). A logo, além do número 88, tem uma águia semelhante ao brasão do partido nazista alemão.

De acordo com o presidente do clube de tiro, Shea Degan, na verdade o 88  do clube se refere a um código do estado de Nebraska para “situação segura”.

Outras possíveis referências neonazistas são perceptíveis. O clube costuma destacar o número 1488, código usado por neonazistas e supremacistas brancos. O presidente afirma que é só um código de localização geográfica, mas não explica qual é a relação disso com o clube.

Na cafeteria do clube é vendido um café com a inscrição SS no rótulo. Seria uma abreviação de “Silencer Smooth” (silenciador suave), mas também há suspeita de ser uma referência às iniciais da Schutz Staffel, organização paramilitar que atuou nos campos de concentração.

Neonazistas costumam usar essas simbologias para fazer o que é conhecido como “dogwhistle” – espalhar conteúdos subliminares em mensagens para que apenas um público determinado entenda.

Tony Eduardo, brasileiro instrutor do 88 Tactical, é o principal elo do clube com os irmãos Bolsonaro. Ele também possui um clube de armas no Brasil, o .38, onde os dois políticos costumam praticar com frequência, em Florianópolis. Carlos Bolsonaro é tão próximo de Tony que já usou a Câmara do Rio de Janeiro para homenagear a .38.

As empresas envolvidos e os irmãos Bolsonaro não quiseram comentar sobre as suspeitas de ligações com grupos neonazistas.