Irmão do premier espanhol será julgado em fevereiro por tráfico de influências

O irmão do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, será julgado em fevereiro por um caso de tráfico de influências relacionado à sua contratação em uma província governada pela esquerda, conforme anunciou nesta sexta-feira (7) o tribunal de Badajoz, no sudeste do país.

Suspeito de ter usado a influência do irmão para ser contratado em 2017 para cuidar das artes cênicas na província de Badajoz, David Sánchez, também conhecido como David Azagra, é compositor, músico e maestro.

O julgamento “no processo relativo à contratação do diretor do gabinete de artes cênicas da província de Badajoz” acontecerá nos dias “9 a 14 de fevereiro”, informou o Tribunal Superior de Justiça da Extremadura em um comunicado.

David Sánchez deverá responder, assim como os outros dez acusados, pelos delitos de tráfico de influências e prevaricação administrativa, ou seja, um grave descumprimento, por parte de um funcionário, das obrigações relacionadas ao seu cargo.

Segundo a investigação, o cargo foi criado sob medida para ele, sem seguir os procedimentos legais estabelecidos para o acesso a empregos públicos.

David Sánchez se demitiu de seu cargo em fevereiro, segundo os meios de comunicação espanhóis. Tal como no caso da esposa do presidente do Governo, Begoña Gómez, acusada em vários processos, a investigação teve início na sequência de denúncias apresentadas por associações consideradas próximas da extrema direita.

Este caso se soma a outros assuntos judiciais que afetam o entorno de Sánchez, que foi interrogado recentemente por uma comissão de investigação do Senado sobre um caso de corrupção que afeta, em particular, a dois de seus antigos homens de confiança dentro do Partido Socialista.

Paralelamente, sua esposa, Begoña Gómez, será julgada em breve por outro caso de corrupção e de tráfico de influências.

Sánchez, que já pediu perdão em várias ocasiões aos espanhóis pelos casos que afetam seu partido, afirmou, no início de outubro, que seu irmão e sua mulher eram “inocentes”.

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