O irmão de um operário terceirizado da Vale que morreu na última semana em uma mina da empresa em Brumadinho, denunciou que os supervisores da equipe sabiam dos riscos no local.

A informação foi repassada aos familiares por um funcionário, que prefere não ser identificado. De acordo com o trabalhador, a preocupação surgiu após chover na região um dia antes do deslizamento da estrutura conhecida como talude, onde morreu Júlio César Oliveira Cordeiro.

“Eu já tinha avisado ao meu supervisor, mas os engenheiros disseram que a gente poderia subir. Essa chuva que deu ontem avacalhou tudo”, contou o funcionário em um áudio enviado aos familiares da vítima.

Júlio, que operava uma escavadeira, estava trabalhando quando um talude desmoronou, soterrando a máquina. Daniel Luiz Cordeiro, irmão da vítima, conta que o funcionário sabia dos riscos de trabalhar na mina, mas não tinha medo e estava muito feliz com o emprego. “Ele gostava muito de operar máquina. Estava realizando o desejo de ter um emprego bom, pagar um convênio médico para a família e dar um pouco de conforto para a família dele”, disse.

Procurada pelo R7 para comentar a possível notificação de risco, a Vale informou que “os fatos relativos ao acidente seguem em apuração”. A empresa ainda afirmou que segue apoiando as autoridades na apuração das causas e seguirá mantendo diálogo permanente com os órgãos públicos competentes.

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