No domingo (31), o gari Marcelo de Almeida da Silva, de 38 anos, morador da Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, morreu após tomar um tiro nas costas quando saiu de casa para trabalhar. Sua família acredita que ele só foi baleado por ser negro e morador de comunidade. As informações são do UOL.

Marcelo saiu para o trabalho após o fim de um tiroteio na comunidade em que morava. Ele estava de bermuda, boné e chinelo, além de usar uma mochila com o uniforme de gari, mas acabou atingido por um tiro.

Ao UOL, o irmão da vítima, Arnaldo da Silva, disse que “não foi bala perdida, não. Primeiro atiram para depois ver quem é. Atiram porque é negro, porque mora ali [em comunidade]. Pessoas assim não prestam para eles [PMs]”.

Marcelo foi encaminhado pela polícia ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, no mesmo bairro. Os policiais alegaram que ele foi encontrado em convulsão, mas no hospital a família foi informada que ele havia sido baleado nas costas.

“E ainda sumiram com todos os pertences dele. Abriram a mochila, viram o uniforme da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) e sumiram com tudo: mochila, documentos, levaram até a chave do carro”, disse Arnaldo ao UOL.

A PM informou que houve confronto na Vila Cruzeiro e que equipes da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) estavam em deslocamento para a base Merendiba quando foram atacados por disparos de arma de fogo, dando início ao tiroteio.

“Posteriormente, a guarnição avistou um homem caído no chão ferido e em convulsão. Os policiais o socorreram ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde veio a óbito. No local, os policiais apreenderam 15 munições calibre 12 e uma granada de fabricação caseira”, declarou a corporação. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil.

Marcelo deixa a esposa e dois filhos, um homem de 20 anos e uma menina de 9.