Além de receber, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e agências de publicidade que têm contrato com o governo de Jair Bolsonaro, o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten, nomeou como seu número 2 no governo um irmão do empresário que administra a sua empresa privada, a FW Comunicação e Marketing. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Em maio de 2019, o publicitário Samy Liberman foi escolhido para assessorar o secretário. Inicialmente, no cargo de subsecretário de Comunicação Digital. Quatro meses depois, foi alçado à função de secretário-adjunto de Comunicação Social.

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As nomeações foram oficializadas por meio de portarias da Casa Civil. Em abril, o irmão dele, Fabio Liberman, havia assumido a gestão da FW.

Conforme a Folha já havia noticiado, Wajngarten deixou a função de administrador, mas permanece como o principal sócio da empresa. A firma recebe dinheiro de contratos com emissoras de TV, entre elas a Band e a Record, além de agências de publicidade contratadas pela própria Secom, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro.

Segundo a legislação vigente, é proibido que integrantes da cúpula do governo mantenham negócios com pessoas físicas ou jurídicas que influenciem suas decisões, configurando conflito de interesses e até improbidade administrativa. Entre as penalidades está a demissão do agente público envolvido.

Como número 2 da Secom, Samy participa de decisões e de agendas relativas à distribuição das verbas de publicidade. Além de irmão, é sócio de Fabio Liberman em empresas, segundo o jornal.