O Iraque pagará suas importações de gás iraniano com petróleo, uma forma de evitar o trabalhoso mecanismo que se aplica atualmente e que foi negociado com Washington para evitar uma violação das sanções americanas, anunciou o primeiro-ministro do país do Oriente Médio nesta terça-feira (11).

O Iraque não pode pagar diretamente ao Irã pelo gás devido às sanções americanas impostas a Teerã.

O dinheiro é depositado em uma conta bancária iraquiana, que o Irã apenas pode usar para comprar produtos específicos nos setores agroalimentar e farmacêutico.

O processo sempre é difícil e os atrasos se acumulam. Para obrigar Bagdá a desembolsar as quantias não pagas, Teerã suspende regularmente o fornecimento de gás, essencial para as centrais elétricas iraquianas.

Há dez dias, o Irã reduziu pela metade o fornecimento de gás ao país vizinho por causa de uma dívida de mais de 12 bilhões de dólares (R$ 58,7 bilhões), depositados em uma conta bancária que Teerã não pode usar, reconheceu o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia’ Al Sudani, nesta terça-feira.

“Como a parte americana não deu as autorizações necessárias para a transferência de recursos […], o fornecimento de gás iraniano foi paralisado”, lamentou.

Para remediar a situação, os iraquianos negociaram um “acordo” com uma delegação iraniana que veio a Bagdá: “um intercâmbio em espécie, ou seja, daremos petróleo cru ou combustível pesado em troca de gás iraniano”, disse Al Sudani. “Assim, poderemos garantir a continuidade do fornecimento de gás”, acrescentou.

Nos últimos dias, os cortes de gás agravaram os apagões constantes no Iraque, provocando forte descontentamento na população, que suporta temperaturas próximas dos 50°C em Bagdá e no sul do país.

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