Após o juiz federal James Robart bloquear temporariamente na sexta-feira o veto migratório que impedia a entrada nos Estados Unidos dis cidadãos de sete países de maioria muçulmana, o Irã voltou atrás e irá permitir que a delegação dos Estados Unidos participe da Copa do Mundo de Luta programada para daqui a 10 dias em Kermanshah, um dos eventos mais tradicionais da modalidade.

“Seguindo a decisão da corte que suspende o banimento de muçulmanos e os pedidos da Federação Iraniana de Luta e da Federação Internacional de Luta (Fila), o visto aos lutadores norte-americanos será garantido”, postou no Twitter o ministro do exterior do Irã, Javad Zarif.

O veto à entrada de lutadores americanos para uma competição no Irã vinha sendo a primeira resposta, no esporte, à polêmica decisão do governo de Donald Trump. E justamente na modalidade que se notabilizou por contornar nas últimas décadas as más relações entre EUA e Irã.

Em 1998, a equipe de luta livre dos Estados Unidos foi a primeira do país a visitar o Irã depois de um hiato de 20 anos. Desde então, a equipe do Irã foi 16 vezes aos Estados Unidos para competir. Os americanos estiveram 15 vezes no Irã.

“A luta tem mostrado uma longa, rica e transcendental política, apesar das desavenças governamentais. Essa é a beleza do esporte e do movimento olímpico. É sobre competir, não sobre política”, aponto, na semana passada, Rich Bender, diretor executivo da USA Wrestling, a federação americana de luta. Os americanos devem levar 19 pessoas a Kermanshah.