ROMA, 23 JUN (ANSA) – Cerca de 500 pessoas já morreram desde o início dos ataques de Israel no Irã, em 13 de junho, enquanto mais de 3 mil indivíduos ficaram feridos.
O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Ministério da Saúde de Teerã, que é citado pela imprensa estatal do país persa, e chega em mais um dia de intensos bombardeios israelenses.
Os novos ataques miraram alvos como os quartéis-generais da Guarda Revolucionária, principal braço das forças armadas iranianas, da milícia paramilitar Basij, responsável pela aplicação do código islâmico, e do esquadrão Alborz, que comanda a segurança em diversas áreas do distrito de Teerã.
“Esses quartéis-generais são importantes tanto do ponto de vista militar quanto em termos de governança”, disse um porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (IDF).
Além disso, o bombardeio atingiu a entrada da penitenciária de Evin, conhecida por abrigar prisioneiros políticos, em Teerã.
Uma fonte de Israel explicou à ANSA que a ação é uma tentativa de “libertar dissidentes” para aumentar a pressão sobre o regime chefiado pelo aiatolá Ali Khamenei. O poder Judiciário do Irã, no entanto, assegurou que a situação em Evin está “sob controle”.
Também há relatos de ataques aéreos contra a sede do conglomerado estatal de rádio e TV Irib, que já havia sido gravemente danificada em outro bombardeio israelense na semana passada, e contra a Universidade Shahid Beheshti. Já o Crescente Vermelho declarou que a ofensiva atingiu os arredores de sua sede no norte de Teerã, onde diversos bairros também ficaram sem energia elétrica devido a bombas lançadas sobre uma central de distribuição.
“O ditador iraniano [Ali Khamenei] será punido, e os ataques continuarão com toda a força”, afirmou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz. Segundo as IDF, foram lançadas mais de 100 bombas apenas em Teerã em cerca de duas horas, o ataque mais intenso contra a cidade desde o início da guerra.
O país judeu também atacou aeroportos em toda o Irã e destruiu cerca de 15 aviões e helicópteros militares, além de ter voltado a bombardear a central nuclear de Fordow.
O Irã, por sua vez, disparou pelo menos 15 mísseis contra Israel nesta segunda-feira, sendo que a maioria foi interceptada. No entanto destroços dos projéteis provocaram danos em uma rede de energia no sul do país e geraram interrupções no fornecimento a comunidades da região.
A nova troca de agressões chega menos de dois dias depois do bombardeio dos EUA contra as instalações nucleares de Fordow, Isfahan e Natanz, pilares do programa de energia atômica iraniano, o qual, segundo Israel e a Casa Branca, tem fins militares.
“Todos os sítios nucleares no Irã sofreram danos monumentais.
Aniquilação é um termo exato”, disse o presidente americano, Donald Trump, nas redes sociais.
Já o guia supremo iraniano, Ali Khamenei, publicou no X que o “inimigo sionista cometeu um grande erro e um grande crime e deve ser punido”. “Ele está sendo punido agora mesmo”, assegurou. Também há a expectativa de represálias de Teerã contra bases americanas no Oriente Médio, que estão em alerta máximo.
“Os Estados Unidos, ao continuar apoiando incondicionalmente o bárbaro e agressivo regime sionista, entraram abertamente e diretamente na guerra, violando a soberania do Irã”, afirmou o chefe do Estado-Maior, Abdolrahim Mousavi. (ANSA).