O Irã declarou, nesta segunda-feira (28), que não discutiria suas capacidades de defesa com governos ocidentais, após a França ter pedido um “acordo global” que incluísse o programa de mísseis balísticos de Teerã e sua influência regional.
“Nada relacionado às nossas capacidades de defesa pode ser discutido”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baqai, a repórteres.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, disse à CBS News no domingo que existe o “risco” de Teerã buscar secretamente um programa nuclear militar, uma ambição que o Irã sempre negou.
Barrot indicou que os países ocidentais desejam um “acordo global” com o Irã, que inclua “a dimensão nuclear”, o “aspecto balístico” e as “atividades de desestabilização regional realizadas pelo Irã”.
Os diplomatas iranianos se encontraram na sexta-feira em Istambul, Turquia, com seus homólogos franceses, alemães e britânicos para discutir o programa nuclear iraniano e o possível levantamento das sanções.
As três potências europeias (chamadas de E3) ameaçaram recentemente ativar o mecanismo que permite o restabelecimento de todas as sanções internacionais contra o Irã caso não haja avanços concretos.
No acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018, mas que ainda está em vigor para as outras partes (Irã, E3, China e Rússia), há uma cláusula que permite o restabelecimento das sanções da ONU contra Teerã em caso de descumprimento de seus compromissos.
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