Irã reestabelece polícia da moralidade

TEERÃ, 17 JUL (ANSA) – Dez meses após a morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, presa acusada de não usar o véu islâmico corretamente, o Irã retomou neste domingo (16) as patrulhas da polícia da moralidade para punir mulheres sem hijab em locais públicos.   

O porta-voz da polícia local, Saeed Montazermahdi, declarou que “quem não respeitar as regras vai ser abordado e processado na justiça”.   

Nos últimos dias, circularam nas redes sociais imagens mostrando policiais femininas usando chador – vestes que cobrem o corpo todo, com exceção do rosto – e prendendo mulheres sem véu, segundo a AFP, que ressalvou que não pôde verificar a autenticidade das imagens.   

As patrulhas, instituídas após a Revolução Islâmica, em 1979, não eram vistas desde a morte de Mahsa, que desencadeou uma série de protestos sem precedentes em todo o país, especialmente em outubro e novembro do ano passado.   

Centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas, e milhares acabaram presas.   

Desde então, cada vez mais mulheres aderiram ao movimento de sair com os cabelos descobertos, especialmente na capital Teerã e outras grandes cidades.   

Em resposta, as autoridades instalaram câmeras nas ruas para rastrear mulheres que desafiam a proibição. (ANSA).