Os países ocidentais deveriam “apreciar a moderação do Irã” com Israel, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz da diplomacia após o ataque de Teerã contra o território israelense no fim de semana em resposta ao bombardeio de seu consulado em Damasco.

“Ao invés de acusações contra o Irã, os países (ocidentais) deveriam culpar a si mesmos e responder à opinião pública pelas medidas que adotaram contra os […] crimes de guerra cometidos por Israel” em sua luta na Faixa de Gaza contra o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã, disse Nasser Kanani.

O porta-voz pediu aos ocidentais para “apreciar a moderação do Irã nos últimos meses”.

No sábado à noite, o Irã executou o primeiro ataque direto contra Israel, com 300 drones e mísseis, em resposta a um bombardeio contra seu consulado em Damasco, no dia 1º de abril, e que Teerã atribui ao Estado hebreu.

Israel afirmou que o ataque de sábado “foi frustrado” graças a “uma coalizão de defesa de aliados internacionais”, liderada pelos Estados Unidos. O Irã anunciou que alcançou “todos os seus objetivos” com o ataque.

O governo iraniano destacou que informou os Estados Unidos e deu um aviso de 72 horas aos países vizinhos, antes do que chamou de ataque “limitado” contra Israel.

Kanani afirmou que a ação do Irã pretendia “criar um elemento de dissuasão com o objetivo de impedir a repetição das ações do regime sionista e defender os interesses (iranianos)”.

O ataque gerou preocupação mundial e apelos por moderação para evitar uma escalada com consequências imprevisíveis, em uma região que acompanha há mais de seis meses a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, alertou que qualquer resposta “temerária” de Israel ao ataque de sábado implicaria uma resposta militar “decisiva e muito mais forte”.

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