A missão do Irã na ONU negou neste domingo, 8, envolvimento do país no ataque terrorista do grupo Hamas a Israel. O regime em Teerã declarou apoiar “de forma enfática e inequívoca a causa palestina”, mas rejeitou envolvimento no ataque.

Horas antes, o jornal americano The Wall Street Journal afirmara que Teerã ajudou a planejar o ataque desde agosto e deu luz verde para o seu início numa reunião realizada em Beirute na segunda-feira passada, citando como fontes membros de alto escalão do Hamas e da milícia xiita libanesa Hisbolá, que também é apoiada pelo Irã.

No domingo, o presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, apelou aos “governos muçulmanos” para também declararem apoio ao Hamas. O líder iraniano fez a declaração depois de falar separadamente ao telefone com os líderes dos movimentos armados palestinos Hamas, Ismail Haniyeh, e Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, que recebera, separadamente, em junho, em Teerã.

O Irã mantém relações estreitas com os dois movimentos palestinos e foi um dos primeiros países a saudar a ofensiva do Hamas, lançada no sábado.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou à emissora NBC News que os Estados Unidos não têm qualquer evidência de que o Irã esteja diretamente envolvido no ataque, seja no planejamento, seja na execução. Mas ele acrescentou que o Hamas “não seria o Hamas sem o apoio que recebeu por muitos anos do Irã”.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa ao território israelense, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de terroristas armados em território de Israel.

No domingo, o Hisbolá, que é apoiado pelo Irã, disparou foguetes e artilharia contra três posições nas Fazendas de Shebaa, no norte de Israel, “em solidariedade” ao povo palestino.

As Fazendas de Shebaa, um pedaço de terra de 39 quilômetros quadrados, estão sob controle de Israel desde 1967. Tanto Síria quanto Líbano afirmam que as fazendas de Shebaa são libanesas.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que Israel está em guerra com o Hamas.

O total de mortos nos dois lados do confronto já passa de 1.100 nesta segunda-feira.

(Lusa, AFP, AP)