O Irã executou pelo menos 1.000 prisioneiros condenados à morte em 2025, informou a ONG Iran Human Rights (IHR) nesta terça-feira (23), denunciando uma “campanha de assassinatos em massa” nas prisões da República Islâmica.
Pelo menos 64 execuções foram realizadas somente na última semana, uma média de mais de nove enforcamentos por dia, segundo a organização com sede na Noruega, que contabiliza e verifica o número de executados diariamente.
O número é o mais elevado desde que o IHR começou a monitorar as execuções, em 2008. Embora ainda faltem mais de três meses para o fim de 2025, o número já superou o recorde anterior de pelo menos 975 em 2024.
O Irã realizou uma onda de execuções nas décadas de 1980 e início de 1990, após a Revolução Islâmica de 1979 e a guerra com o Iraque.
Mas a República Islâmica agora aplica a pena de morte com mais intensidade do que em qualquer outro momento nas últimas três décadas, segundo organizações de direitos humanos, em meio aos protestos contra o aiatolá Ali Khamenei em 2022-2023 e à guerra de 12 dias contra Israel em junho.
“Nos últimos meses, a República Islâmica lançou uma campanha de assassinatos em massa nas prisões iranianas, cuja escala, na ausência de respostas internacionais sérias, aumenta a cada dia”, denunciou o diretor do IHR, Mahmud Amiry-Moghaddam, em um comunicado.
A ONG enfatizou que seus dados sobre as execuções são “o mínimo absoluto” e que o número real é maior “devido à falta de transparência e às restrições de divulgação”.
Atualmente, as execuções no Irã são realizadas exclusivamente por enforcamento, embora, em teoria, a sharia (lei islâmica) permita outros métodos.
A maioria das mortes acontece nos presídios, mas ocasionalmente ocorrem em público.
De acordo com organizações como a Anistia Internacional, o Irã é o segundo país do mundo com o maior número de execuções, depois da China, onde se acredita que milhares de pessoas sejam executadas a cada ano, embora não haja números precisos disponíveis.
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