O Irã indicou, nesta segunda-feira (14), que não descarta uma reunião com os Estados Unidos para conversar sobre seu programa nuclear, mas esclareceu que ainda não foi marcada “nenhuma data”.
“Por enquanto, nenhuma data, hora ou lugar precisos foram definidos para uma reunião”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai, quando os jornalistas perguntaram sobre um possível encontro entre Abbas Araqchi, ministro das Relações Exteriores, e Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos.
Desde abril, ambos realizaram cinco rodadas de negociações por meio do mediador Omã, antes de Israel lançar um ataque surpresa contra o Irã em 13 de junho, desencadeando uma guerra de 12 dias.
Teerã e Washington deveriam se reunir em 15 de junho em Omã, mas as conversações foram canceladas devido à guerra, na qual os Estados Unidos também intervieram em 22 de junho.
“Levamos a sério o processo de negociação, entramos nele de boa fé, mas, como todos viram, o regime sionista (Israel), em coordenação com os Estados Unidos, atacou militarmente o Irã antes de uma sexta rodada” de conversações, enfatizou Esmail Baqai.
“Os Estados Unidos cometeram uma violação flagrante do direito internacional durante um processo diplomático”, acrescentou o porta-voz diplomático iraniano.
Em 22 de junho, os Estados Unidos bombardearam o centro subterrâneo de enriquecimento de urânio de Fordo, ao sul de Teerã, e as instalações nucleares de Isfahan e Natanz (centro do Irã). O alcance exato dos danos é desconhecido.
Durante a guerra, Israel realizou centenas de ataques contra instalações nucleares e militares iranianas e matou cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
O Irã respondeu disparando mísseis e drones contra Israel.
Israel, potência atômica não oficial, suspeita, assim como os países ocidentais, que o Irã queira se dotar de uma bomba atômica.
Teerã nega ter ambições militares desse tipo e afirma que desenvolve a energia nuclear com fins civis, particularmente energéticos.
bur-sbr/tp/msr/avl/dd/aa