O ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou nesta quarta-feira (20) que as potências europeias não têm o direito de ativar o mecanismo de reimposição de sanções previsto no acordo nuclear de 2015 ou prorrogar o prazo de outubro para ativá-lo.
A declaração foi feita após diplomatas iranianos se reunirem em julho com seus homólogos de Alemanha, França e Reino Unido, após a guerra de 12 dias entre Irã e Israel no mês anterior.
O conflito impactou as negociações nucleares de Teerã com os Estados Unidos e levou o Irã a suspender sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de vigilância nuclear da ONU.
O trio europeu ameaçou ativar, no fim de agosto, uma medida que restabeleceria as sanções da ONU suspensas em virtude do acordo de 2015, a menos que Teerã aceite desacelerar o enriquecimento de urânio e restaurar a cooperação com os inspetores.
De acordo com o jornal Financial Time, os europeus também oferecem uma ampliação do prazo de outubro para reativação, caso o Irã retome as negociações nucleares com EUA e volte a colaborar com a AIEA.
Em seu relatório da semana passada, acrescentaram que a oferta “continuava sem resposta por parte do Irã”. No entanto, Araghchi expressou nesta quarta-feira a rejeição do Irã a esta extensão.
“Se acreditamos que eles não têm o direito de aplicar a cláusula de restabelecimento, é lógico que também não tenham o direito de estender seu prazo”, declarou à agência de notícias estatal Irna.
Alemanha, França e Reino Unido, junto com EUA, China e Rússia, assinaram em 2015 um acordo com o Irã que previa restringir o desenvolvimento de seu programa nuclear em troca de uma suspensão progressiva das sanções da ONU.
Apesar de Washington ter se retirado unilateralmente do pacto em 2018 e reimposto sanções, os três países europeus garantiram seu compromisso, razão pela qual as sanções da ONU e europeias não foram restabelecidas.
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