O Irã defendeu, neste sábado (3), o seu direito de enriquecer urânio frente às crescentes críticas do Ocidente e após três rodadas de negociações com Washington para supervisionar seu programa nuclear, durante as quais ambas as partes sinalizaram avanços.
“O Irã tem todo o direito de possuir o ciclo completo de combustível nuclear”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Abbas Aragchi, em uma mensagem publicada no X, recordando a adesão do Irã ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
“Vários membros do TNP enriquecem urânio enquanto rejeitam totalmente as armas nucleares”, acrescentou.
Os países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, suspeitam que o Irã esteja buscando armas nucleares, o que Teerã nega, afirmando que seu programa é apenas para fins civis.
Irã e Estados Unidos iniciaram negociações mediadas por Omã em 12 de abril, as primeiras neste nível desde que Washington se retirou em 2018 – durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump – do acordo internacional alcançado três anos antes para supervisionar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções que sufocam sua economia.
Uma quarta rodada de negociações, programada para sábado, foi adiada por “razões logísticas”, segundo o mediador Omã.
Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estipulado no acordo de 2015, aproximando-se dos 90% necessários para um uso militar.
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