O Irã decidirá como responder à carta do presidente dos Estados Unidos após uma “avaliação”, anunciou nesta quinta-feira (13) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, depois que Donald Trump pediu negociações com Teerã sobre seu programa nuclear.
A carta “está sendo examinada atualmente” e “uma decisão será tomada sobre como responder após uma avaliação e investigação minuciosas”, declarou Esmaïl Baghaï à agência oficial de notícias Irna.
Trump, que se mostrou aberto a dialogar com Teerã sobre um acordo nuclear, afirmou que escreveu uma carta nesse sentido aos líderes iranianos e ameaçou com uma possível ação militar caso o Irã recusasse.
Teerã confirmou na quarta-feira que recebeu a carta por meio de um diplomata de alto escalão dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash.
Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980.
Baghaï não especificou se a carta foi entregue ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que tem a palavra final nas decisões estratégicas.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmou que seu país não negociará enquanto Trump continuar com a política de “máxima pressão”, segundo entrevista ao jornal Irã publicada nesta quinta-feira.
“Iniciaremos negociações diretas [com Washington] quando estivermos em pé de igualdade, livres de pressões e ameaças”, declarou.
Khamenei afirmou na quarta-feira que o convite dos Estados Unidos busca “enganar a opinião pública mundial”, tentando demonstrar que os EUA “querem negociar (…) mas que o Irã não está disposto a fazê-lo”.
Em 2018, Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos de um acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano e restabeleceu sanções.
O acordo previa o levantamento de determinadas sanções em troca de controles sobre as atividades nucleares do Irã.
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