Os Guardiães da Revolução do Irã disseram nesta terça-feira (16) terem atacado alvos “terroristas” no Iraque e na Síria com mísseis balísticos, que mataram pelo menos “quatro civis” no Curdistão iraquiano, relataram as autoridades desta região autônoma.

Os ataques ocorrem em um contexto regional delicado, em meio à guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, que também provocou hostilidades no Mar Vermelho entre os rebeldes huthi do Iêmen e os Estados Unidos.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, disse que Washington “condena fortemente” e se opõe aos “ataques irresponsáveis com mísseis por parte do Irã, que minam a estabilidade do Iraque”.

A agência de notícias oficial iraniana IRNA disse que os mísseis tinham como alvo “um quartel-general de espionagem” e “uma congregação de grupos terroristas anti-Irã” em Erbil, capital do Curdistão iraquiano.

O Conselho de Segurança do Curdistão iraquiano disse que a ação de Teerã matou “quatro civis, e feriu outros seis”.

Ainda segundo a agência IRNA, o quartel-general da espionagem pertencia ao serviço de Inteligência israelense Mossad, que o usava como “centro para desenvolver operações de espionagem e planejar ações terroristas na região”.

O Ministério iraquiano das Relações Exteriores condenou os disparos e denunciou um “ataque à soberania do Iraque e à segurança de seu povo”.

Após esses ataques, as autoridades iraquianas “tomarão todas as medidas legais necessárias”, incluindo “uma denúncia ao Conselho de Segurança” da ONU, segundo um comunicado do ministério.

Os Guardiães da Revolução também atacaram com mísseis balísticos “locais de reunião de comandos e elementos relacionados com os recentes ataques terroristas, em particular o [grupo jihadista] Estado Islâmico” na Síria, afirmaram em seu site Sepah.

Estas ações foram “em resposta aos recentes crimes de grupos terroristas que martirizaram injustamente um grupo dos nossos queridos compatriotas em Kerman e Rask”, acrescentaram.

Em 3 de janeiro, homens-bomba detonaram seus artefatos perto do túmulo, na cidade de Kerman, no sul do país, do general Qassem Soleimani, responsável por inúmeras operações militares iranianas no Oriente Médio. Ele foi assassinado pelos Estados Unidos no Iraque em 3 de janeiro de 2020.

Reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), o ataque de 3 de janeiro deixou cerca de 90 mortos e muitos feridos. O Ministério da Inteligência do Irã disse que um dos homens-bomba era cidadão tadjique, desconhecendo a identidade do outro.

Em dezembro, pelo menos 11 agentes da polícia iraniana morreram em um ataque jihadista ao quartel de polícia de Rask, no sudeste da província do Sistão-Baluchistão.

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