Irã afirma que ‘não mudará’ sua política apesar das ameaças de Trump

O Irã alertou nesta sexta-feira (2) que, embora os Estados Unidos continuem com sua política de sanções, “não mudará” sua posição, depois que o presidente americano, Donald Trump, ameaçou com sanções qualquer país ou pessoa que compre petróleo iraniano.

“A continuidade destes comportamentos ilegais não mudará a posição iraniana, que é lógica, legítima e fundada no direito internacional”, declarou nesta sexta o Ministério das Relações Exteriores iraniano em comunicado.

Segundo a chancelaria iraniana, este tipo de sanção semeia “uma profunda dúvida e desconfiança quanto à seriedade do compromisso dos Estados Unidos na via diplomática”.

Os Estados Unidos e o Irã realizaram uma negociação sobre o programa nuclear de Teerã, e já concluíram três ciclos de conversas indiretas graças à mediação de Omã.

Trump assinalou que espera alcançar um novo acordo com a República Islâmica sobre o programa nuclear, mas também prometeu manter sua política de “pressão máxima” sobre Teerã.

Na quinta-feira, Trump advertiu que aplicará as sanções contra o Irã e que “qualquer país ou pessoa que comprar qualquer quantidade de petróleo ou produtos petroquímicos junto ao Irã estará sujeita, imediatamente, a sanções secundárias”.

Uma quarta rodada de conversas sobre o programa nuclear do Irã estava prevista para este sábado, mas Teerã confirmou que o encontro foi adiado, devido a razões “logísticas”, segundo o Omã.

Washington afirmou que a data e o local da reunião nunca foram acordados, mas garantiu que planejava realizar novas negociações com Teerã em breve.

Estados Unidos e Irã, juntamente com França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia chegaram a um acordo em 2015 que limitava as atividades nucleares da República Islâmica a fins civis, em troca da suspensão das sanções internacionais.

Mas, três anos depois, durante o seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos unilateralmente do pacto e voltou a impor sanções.

O chanceler francês, Jean-Noël Barrot, afirmou na quinta-feira que, sem “uma reversão acentuada, verificável e robusta do programa nuclear” do Irã, os europeus “voltarão a aplicar as sanções” suspensas em 2015.

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