O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou nesta quinta-feira (11) que o material nuclear enriquecido do país está “sob os escombros” das instalações atingidas pelos bombardeios durante a guerra com Israel em junho.
“Todo o nosso material se encontra […] sob os escombros das instalações bombardeadas”, afirmou Araghchi em uma entrevista televisionada.
O chanceler acrescentou que a Organização Iraniana de Energia Atômica estava avaliando o estado e a acessibilidade deste material com o objetivo de apresentar um relatório sobre a situação ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
As declarações acontecem dois dias depois da assinatura no Cairo, no Egito, de um acordo com o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, que estabelece um novo marco de cooperação.
Em sua entrevista, Araghchi insistiu em que esse marco de cooperação prevê o acesso de inspetores da AIEA somente após a aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional.
O Irã suspendeu sua cooperação com a agência nuclear da ONU após uma guerra de 12 dias com Israel em junho, ao acusar a organização de não condenar os bombardeios israelenses e americanos contra suas instalações nucleares.
Antes da guerra, o Irã dispunha de reservas estimadas em 400 kg de urânio enriquecido a 60%, cujo paradeiro segue sendo desconhecido desde os bombardeios.
Há bastante tempo, o programa nuclear iraniano é foco de tensão nas relações da República Islâmica com os países do Ocidente.
Estes, com os Estados Unidos na cabeça, e Israel, arqui-inimigo do Irã, acusam Teerã de querer adquirir a bomba atômica.
O Irã, por sua vez, nega taxativamente que possui tais ambições militares, e insiste em seu direito ao uso da energia nuclear para fins civis.
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