Irã admite ‘danos graves’ em centrais nucleares bombardeadas

Irã admite 'danos graves' em centrais nucleares bombardeadas

O governo do Irã admitiu nesta quarta-feira (25) que as centrais nucleares do país foram “gravemente danificadas” nos bombardeios promovidos por Israel e Estados Unidos durante a guerra.

A declaração chega em meio às controvérsias sobre a real extensão dos danos nas usinas de Fordow, que fica encravada no coração de uma montanha, Isfahan e Natanz.

“Sim, nossas instalações nucleares foram gravemente danificadas. Isso é certo porque elas foram alvos de repetidos ataques”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, em entrevista à Al Jazeera.

O dirigente, no entanto, não deu maiores detalhes.

As usinas de Fordow, Isfahan e Natanz foram bombardeadas com os explosivos convencionais mais potentes do arsenal americano no último fim de semana. Segundo o presidente Donald Trump, o ataque “aniquilou” as instalações, porém um relatório de inteligência revelado pela imprensa dos EUA aponta que o programa nuclear iraniano foi atrasado em apenas alguns meses.

O documento indica que os edifícios subterrâneos não desabaram e que as bombas apenas bloquearam a entrada de duas centrais. Além disso, de acordo com o relatório, o Irã conseguiu deslocar a tempo todo o seu estoque de urânio enriquecido para locais secretos.

O vazamento da análise preliminar feita pelos serviços de inteligência dos EUA enfureceu Trump e provocou a abertura de uma investigação do FBI a mando do Departamento de Defesa. Já o governo da Rússia disse que “ninguém tem neste momento dados realistas” sobre as usinas nucleares do Irã.

Enquanto isso, o Parlamento iraniano aprovou nesta quarta a lei que determina a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), acusada por Teerã de servir de estopim para os ataques israelenses e americanos devido a um relatório que apontava que o país estava perto de atingir os níveis de enriquecimento de urânio para produzir a bomba nuclear.

Além disso, o presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, afirmou que o fato de a Aiea ter condenado “apenas marginalmente” os bombardeios a instalações de energia atômica prejudicou a “credibilidade internacional” da agência. Segundo ele, a cooperação será retomada somente quando a segurança das centrais estiver garantida.