O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, acusou nesta quarta-feira (20) a Arábia Saudita, seu rival regional, de trair os palestinos ao buscar normalizar as relações com Israel.

“O início de um relacionamento entre o regime sionista (Israel) e qualquer país da região, se for com o objetivo de trazer segurança para o regime sionista, certamente não o fará”, disse Raisi em uma coletiva de imprensa durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

“Acreditamos que um relacionamento entre os países da região e o regime sionista seria uma punhalada nas costas do povo palestino e na resistência dos palestinos”, afirmou.

Israel restabeleceu suas relações com cinco nações árabes, mas o reconhecimento por parte da Arábia Saudita é considerado um marco na diplomacia do Oriente Médio, devido ao papel do reino como guardião dos dois locais mais sagrados do Islã, as cidades de Meca e Medina.

A Arábia Saudita e Israel se aproximaram em parte devido à hostilidade compartilhada em relação ao Estado clerical xiita iraniano, embora Riade tenha tentado aliviar as tensões com Teerã por meio de conversas mediadas pela China.

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, afirmou nesta quarta-feira em uma entrevista à Fox News que a normalização das relações com Israel, com a mediação dos Estados Unidos, “está cada dia mais perto”.

O líder ‘de facto’ saudita também alertou que o reino se armará com armas nucleares se o Irã o fizer primeiro.

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