O chefe da Segurança Nacional iraniana Ali Larijani disse nesta terça-feira (2) que seu país está aberto a conversas sobre seu programa nuclear com os Estados Unidos, mas descartou qualquer restrição ao seu programa de mísseis.
“O caminho para as negociações com os Estados Unidos não está fechado, no entanto, são os americanos que apenas falam de negociações e não se apresentam à mesa, culpando erroneamente o Irã por isso”, disse Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, em uma mensagem na rede social X.
“Eles estabelecem um caminho que não leva a negociações ao levantar questões inatingíveis como as restrições de mísseis”, acrescentou.
As declarações ocorreram dias após os Estados Unidos apoiarem a iniciativa da França, Reino Unido e Alemanha para restaurar sanções da ONU a Teerã por descumprir seus compromissos sob o acordo nuclear de 2015.
A parte americana, contudo, disse que continua disposta a manter conversas diretas com o Irã para resolver suas diferenças.
As negociações nucleares entre Teerã e Washington, que começaram em abril passado, foram suspensas em meados de junho quando Israel atacou instalações nucleares iranianas, seguido rapidamente pelos Estados Unidos.
O acordo com o Irã foi gravemente enfraquecido quando o presidente americano, Donald Trump, abandonou o pacto durante seu primeiro mandato (2017-2021) e reimpôs suas próprias sanções.
Desde então, Teerã não cumpriu alguns de seus compromissos, principalmente o relacionado ao enriquecimento de urânio.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que Washington busca uma “solução duradoura para a questão nuclear do Irã” e que “o retrocesso não contradiz a nossa sincera disposição para a diplomacia”.
Após os ataques de Israel e EUA, o Irã suspendeu a cooperação com o órgão de controle nuclear da ONU e exigiu garantias contra ações militares antes de retomar qualquer negociação.
Os governos ocidentais expressaram repetidamente sua preocupação com o programa de mísseis do Irã, classificando-o como uma ameaça à segurança regional.
Os aliados suspeitam que o Irã busca desenvolver armas nucleares, uma ambição que Teerã nega.
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