O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,00% em maio, informou nesta quarta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de abril foi revista de uma alta de 1,89% para uma elevação de 2,19%.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de maio, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 17,58% no ano. A taxa acumulada em 12 meses foi de 35,86%.

Considerando apenas a indústria extrativa, houve recuo de 0,43% em maio, após a queda de 0,70% registrada em abril.

Já a indústria de transformação registrou aumento de 1,11% em maio, ante elevação de 2,42% no IPP de abril.

Os bens de capital ficaram 0,36% mais baratos na porta de fábrica em maio, segundo os dados do IPP. O resultado ocorre após os preços terem subido 1,13% em abril.

Os bens intermediários registraram avanço de 0,88% nos preços em maio ante um aumento de 2,67% em abril.

Já os preços dos bens de consumo subiram 1,48% em maio, depois de uma alta de 1,59% em abril. Dentro dos bens de consumo, os bens duráveis tiveram elevação de 1,13% em maio, ante alta de 1,40% no mês anterior. Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 1,54% em maio, após a elevação de 1,63% registrada em abril.

A alta de 1,00% do IPP em maio teve contribuição de -0,02 ponto porcentual de bens de capital; 0,51 ponto porcentual de bens intermediários; e 0,51 ponto porcentual de bens de consumo, sendo 0,44 ponto porcentual de bens de consumo semi e não duráveis e 0,06 ponto porcentual de bens de consumo duráveis.

Atividades

A alta de 1,00% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em maio foi decorrente de avanços em 16 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do IPP. O avanço mensal foi o mais brando no ano de 2021, apontou Manuel Campos, gerente do IPP no IBGE. Segundo ele, houve influência da desvalorização do dólar ante o real. Em maio, a moeda brasileira teve uma alta de 4,9% em relação ao dólar, tornando mais baratos os produtos cotados na moeda americana.

No mês de maio, houve quedas de preços em atividades exportadoras como outros equipamentos de transportes (-2,63%) e fumo (-1,76%). Entre os que tiveram elevações de preços, as quatro maiores variações ocorreram nas atividades de metalurgia (3,54%), produtos de metal (3,12%), farmacêutica (2,41%) e refino de petróleo e produtos de álcool (1,80%).

As maiores contribuições para a inflação da indústria no mês foram em alimentos (alta de 1,48% e impacto de 0,35 ponto porcentual), metalurgia (0,25 ponto porcentual), refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 ponto porcentual) e produtos de metal (0,09 ponto porcentual). Nos alimentos, as maiores pressões partiram das carnes de aves congeladas, leite e óleo de soja em bruto. “E as causas principais foram os preços praticados no mercado externo, além das secas que ocorreram no Brasil, afetando a produção do leite”, justificou Campos. O setor de alimentos registra uma alta acumulada de preços de 8,96% no ano de 2021. Em 12 meses, o avanço é de 30,54% em 12 meses.