IPP de outubro tem o nono mês seguido de deflação; 11 das 24 atividades têm queda no mês

A queda de 0,48% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) de outubro foi o nono mês consecutivo de deflação no indicador, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve reduções também em fevereiro (-0,12%), março (-0,60%), abril (-0,12%), maio (-1,21%), junho (-1,27%), julho (-0,31%), agosto (-0,21%) e setembro (-0,24%). Como consequência, o IPP acumulou redução de 4,33% no ano.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de setores da indústria de transformação.

Nesta leitura, houve variações negativas em 11 das 24 categorias pesquisadas. A queda mais intensa foi registrada em produtos químicos (-2%), com uma contribuição negativa de 0,16 ponto porcentual para o índice. A principal contribuição de baixa, porém, partiu dos alimentos (-0,36 ponto).

O gerente de análise e metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, destaca que a queda acumulada do IPP no ano até aqui, de 4,33%, é a segunda menor de toda a série histórica, iniciada em 2014. O panorama, explica ele, reflete principalmente esse comportamento benigno dos alimentos.

“Um fator importante nesse movimento é o câmbio: a despeito da depreciação do real frente ao dólar na passagem de setembro para outubro (0,3%), houve, nos primeiros dez meses do ano, uma apreciação do real de 11,7%. Além disso, é um período de safra de produtos que são matéria-prima importante: cana-de-açúcar, soja e arroz”, menciona.