O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) publicou nesta semana que iniciou o processo para tombamento do Complexo do Ibirapuera. A decisão foi tomada no dia 30 de dezembro e publicada no início deste ano. Esse desdobramento pode impedir o intuito do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que pretende ceder o equipamento estadual à iniciativa privada.

O órgão responsável pelo tombamento atendeu a um pedido feito por Ricardo Sant’Anna, arquiteto e frequentador do espaço. Após a abertura no Iphan, todo o caso precisa ser submetido a avaliações técnicas e por um longo caminho administrativo. Se o pedido for aprovado, o complexo não poderá passar por alterações e, assim, a proposta de Doria para fazer modificações no local ficará inviável.

Antes do processo de tombamento ser iniciado pelo Iphan, a Justiça de São Paulo suspendeu em dezembro a publicação do edital de concessão do Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães. A juíza Liliane Keyko Hioki, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo acatou pedido popular assinado por diversos atletas e ex-atletas ligados ao grupo Esporte Pela Democracia e contrários à concessão privada.

Segundo o plano do governo estadual para o complexo esportivo, no lugar da pista de atletismo deverá ser criada uma arena multiúso com capacidade para 20 mil pessoas. A nova estrutura receberia eventos esportivos e culturais. O Ginásio do Ibirapuera seria transformado em um shopping center, enquanto que, no lugar do complexo aquático, seria construída uma torre comercial anexa a um hotel.