Mais lares brasileiros obtiveram alguma renda através do trabalho no segundo trimestre deste ano, mas a recuperação permanece lenta e os indicadores continuam piores do que antes da pandemia, mostra estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, a proporção de domicílios sem nenhuma renda de trabalho saltou de 25,1% no primeiro trimestre de 2020 para 31,6% no segundo trimestre do ano passado.

O indicador mostrou melhora para 29% no quarto trimestre do ano passado, nível semelhante ao registrado no primeiro trimestre de 2021 (29,3%). Neste segundo trimestre, porém, o indicador voltou a melhorar, ao recuar para 28,5%.

Para o Ipea, o resultado mostra “como tem sido lenta a recuperação do nível de ocupação aos patamares anteriores à pandemia para as famílias de renda mais baixa”.

O documento, assinado pelo pesquisador Sandro Sacchet de Carvalho, mostra aumento na proporção de domicílios na faixa mais baixa dos rendimentos, sinalizando uma qualidade ruim das ocupações que vêm absorvendo os trabalhadores desses domicílios.

A proporção de famílias brasileiras na faixa 1, com rendimento médio habitual de R$ 886,34 por mês (inferior ao salário mínimo), aumentou de 25,9% no primeiro trimestre de 2021 para 27,9% neste segundo trimestre.

“Houve um aumento da proporção de domicílios na faixa de renda mais baixa e uma diminuição da proporção nas demais faixas, reforçando como tem sido lenta a recuperação do nível de ocupação”, avaliou o Ipea.