Os juros futuros fecharam a quarta-feira, 8, em queda ao longo de toda a curva a termo da BM&FBovespa, estimulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro abaixo da mediana das previsões e pelos recuos do dólar e do rendimento dos Treasuries nos Estados Unidos. Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 tinha taxa de 10,730%, de 10,785% no ajuste da quarta-feira, 7. A taxa do DI janeiro de 2019 encerrou a 10,14%, de 10,18% no último ajuste. O DI janeiro de 2021 fechou com taxa de 10,31%, de 10,37%.

O IPCA de 0,38% surpreendeu boa parte do mercado ao ficar abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,42%. A taxa representa o piso da série histórica considerando meses de janeiro. Em igual período do ano passado, o IPCA havia sido de 1,27%. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 6,29% em dezembro para 5,35% em janeiro, menor patamar desde setembro de 2012, quando ficou em 5,28%. Além disso, a abertura do dado foi considerada muito benigna, com queda na inflação de serviços e na inflação subjacente de serviços.

Ainda assim, as apostas em aceleração do corte da Selic em 1,00 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do próximo dia 22 permanecem minoritárias na curva a termo, com cerca de 20% de probabilidade, de maneira geral, nos mesmos níveis de quarta. A aposta majoritária é de uma nova redução de 0,75 ponto, que tem cerca de 80% de possibilidade. Segundo os profissionais da área de renda fixa, no entanto, houve reforço nas apostas de uma queda de 0,75 ponto na taxa básica nos encontros de abril e maio.

As taxas futuras bateram as mínimas da sessão no período da tarde, quando o dólar inverteu a alta e também os juros dos Treasuries passaram a cair com mais força. Às 16h19, o dólar à vista era negociado em R$ 3,1173 (-0,16%) e a T-Note de dez anos projetava 2,361%, após já ter caído aos 2,33%, ante 2,392% no final da tarde de quarta.