O Ibovespa operou indefinido na manhã desta sexta-feira, 24, dividido entre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acima do esperado em janeiro e o sinal de abrandamento dos Estados Unidos em relação a tarifas para produtos chineses. Ao mesmo tempo, os índices de ações das bolsas em Nova York têm dificuldade em seguir uma única direção enquanto o petróleo sobe moderadamente e o minério de ferro fechou com ganho de 0,69% em Dalian, na China.
Os investidores por aqui se debruçam no IPCA-15, que subiu 0,11% superando a mediana negativa de 0,01%. Os juros futuros, na ponta curta, reagem em alta, mas mostram os longos algum alívio em meio ao recuo do dólar ante o real, segue aquém dos R$ 6,00.
“O IPCA-15 pega mais na ponta curta talvez devido a uma desconfiança dos investidores no sentido de que seja necessário um aperto monetário maior”, analisa Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Para o Itaú Unibanco, a divulgação de hoje confirma a tendência da piora dos núcleos de inflação, que devem permanecer pressionados nas próximas divulgações. “Apesar da leitura mensal relativamente baixa, o IPCA-15 de janeiro veio acima das expectativas e com qualitativo pior do que o esperado, com destaque para surpresa altista em serviços subjacentes”, afirma a economista Luciana Rabelo, do Itaú, em relatório.
Este quadro de preocupação de especialistas com a inflação é ofuscado pelas afirmações de Trump que disse que preferiria não impor tarifas à China, embora tenha mantido as ameaças. Contudo, segundo Cruz, o sinal mais brando do republicano ao assumir a Casa Branca aliviou os ativos no Brasil nos últimos dias, de forma a permitir o dólar a ceder abaixo dos R$ 6,00 pela primeira vez desde 27 de novembro.
“A primeira semana da gestão Trump foi mais positiva do que se desenhava durante a campanha no final do ano passado. Até mesmo no Forum Econômico Mundial em Davos raramente falou sobre a questão das tarifas. Parece que foi um discurso mais para se reeleger o de que imporia taxas de 60% a produtos chineses; agora, fala em 10%”, avalia Cruz, da RB.
Também para Carlos Lopes, economista do BV, as declarações de Trump pelo menos no âmbito tarifário tem sido mais suaves. “E isso tem trazido um pouco mais tranquilidade aos mercados”, afirma.
O mercado monitora a discussão do governo sobre medidas para conter a alta dos alimentos, além do compromisso com o equilíbrio fiscal, reiterado pelo ministro da Casa Civil Rui Costa.
Ontem, o Ibovespa fecha em baixa de 0,40%, aos 122.483,32 pontos.
Às 11h49, cedia 0,02%, aos 122.455,67 pontos ante abertura em 122.483,32 pontos, com variação zero, mínima em 122.236,10 pontos (-0,20%) e máxima em 122.908,08 pontos (alta de 0,35%). Entre os destaques, Vale subia 0,90%, mas Petrobras recuava 0,68% (PN) e 0,56% (ON), além de bancos.