O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), deve encerrar o mês de julho com alta de 0,30% e acumular elevação de 7,30% em 2016. A previsão é do professor da FGV e coordenador do indicador, Paulo Picchetti.

Para o mês de junho, Picchetti esperava que o IPC-S terminasse em 0,30%. Na leitura final, o indicador encerrou o mês em 0,26%. “Em junho, a tendência do IPC-S veio totalmente dentro do roteiro esperado. A sinalização de declínio na inflação é muito clara”, afirmou.

Já no caso do mês de julho, a pressão vinda da alta dos preços do leite, que subiram 10,00% em junho, e do feijão carioca (avanço de 38,62%), deve ser parcialmente compensada pela baixa de preços de produtos in natura, como o mamão papaya (queda de 29,38% no mês), por exemplo.

Além disso, a queda de 7,27% da tarifa de energia da Eletropaulo, com atuação na região metropolitana de São Paulo, deve ter um impacto deflacionário de 0,07 ponto porcentual no índice, de acordo com cálculos de Picchetti.

Para o professor, a medida dos núcleos do IPC-S também ajuda a entender o processo de queda dos índices de inflação. O cálculo, que exclui alguns itens mais voláteis, tem alta acumulada em 12 meses de 8,13% em junho, após 8,36% de maio.

De acordo com Picchetti, parte deste processo desinflacionário tem relação com a acentuação da crise econômica. “Vemos tendência de queda muito forte da inflação em preços livres, em particular em Serviços. E isso tem a ver com um mercado de trabalho desaquecido”, comentou.