Para o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) tem boas chances de registrar uma variação negativa no mês de agosto. Entre as principais pressões para a possibilidade de resultado negativo neste mês, Braz cita a dissipação dos efeitos da reoneração dos combustíveis, que influenciou para cima o resultado do mês de julho.

Conforme divulgou a FGV na manhã desta terça-feira, 1, o IPC-S encerrou julho com alta de 0,07%, ante deflação de 0,10% registrada no encerramento de junho. Na terceira quadrissemana de julho, o IPC-S avançou 0,10%. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas colhidas na pesquisa do Projeções Broadcast, que apontava para uma alta de 0,09% para o indicador no mês. O intervalo ia de 0,06% a 0,24%.

“Só a gasolina (3,84% para 4,08%) respondeu por uma alta de 0,20 ponto porcentual no índice, ou seja, se não fosse por ela, teríamos deflação também em julho”, destaca o economista.

Braz salienta, porém, que o preço dos combustíveis atualmente praticado no Brasil está abaixo dos preços internacionais, o que pode fazer com que haja algum reajuste por parte da Petrobras ao longo do mês. “É difícil prever se vai haver reajuste, mas se houver, aí a chance de deflação para o mês diminui bastante”, observa.

Entre as principais pressões de baixa para o IPC-S, Braz destaca mais uma deflação registrada pelo grupo Alimentação, de 0,36% em julho, mesmo nível observado no encerramento de junho. “Para além da sazonalidade para a produção de itens in natura, temos observado quedas em alguns alimentos industrializados, como leite e carnes, provavelmente como resultado da queda no preço de insumos, como a reação”, pontua o economista.

Entre o encerramento de junho e o encerramento de julho, o índice de difusão, que mede o porcentual dos itens que tiveram aumento de preços no período, caiu de 53,9% para 53,6%, nos cálculos de André Braz. “É uma desaceleração, mas é mais uma leitura comum, com a difusão acima de 50%”, pontua.