Coluna: Mineração S.A.

Com 10 anos na área de mineração, Gabriel Guimarães é advogado especialista do setor mineral, com atuação em empresas nacionais e estrangeiras.Também com 10 anos de atuação no setor, Eduardo Couto é presidente da Comissão Especial de Direito Minerário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), vice-presidente jurídico e institucional do Grupo Cedro Participações e conselheiro do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra).

Investimentos globais em mineração devem somar US$ 5,4 trilhões até 2035

Veículos não tripulados removem rejeitos de mineração de minério de ferro para ajudar a fechar as barragens Vale SA B3 e B4 devido ao risco iminente de colapso na mina Mar Azul, em Nova Lima, Minas Gerais
Veículos não tripulados removem rejeitos de mineração de minério de ferro para ajudar a fechar as barragens Vale SA B3 e B4 devido ao risco iminente de colapso na mina Mar Azul, em Nova Lima, Minas Gerais Foto: REUTERS/Washington Alves

O Future Minerals Forum (FMF) divulgou seu relatório “FMF2024: Moldando o Futuro dos Minerais”, destacando a necessidade de um investimento de capital de US$ 5,4 trilhões entre 2024 e 2035 para sustentar e expandir a mineração global — um aumento de US$ 500 bilhões em relação à década anterior. Cerca de 75% desse capital será destinado à manutenção de ativos existentes, com a cadeia de valor do aço, por exemplo, exigindo US$ 1,6 trilhão apenas para manutenção.

Os minerais mais demandados incluem carvão, minério de ferro, cobre e ouro, responsáveis por mais de 90% da massa movimentada e 70% do capital total. Regiões emergentes como Ásia-Pacífico, América Latina e África Subsaariana deverão atrair mais de 40% dos investimentos, refletindo a crescente concentração de fluxos de capital nesses mercados. O relatório também destaca o potencial de receitas anuais de até US$ 800 bilhões até 2040 com a produção e reciclagem de materiais de bateria.

Especialistas como Mark Cutifani, da Vale Base Metals, e Patrick Barnes, da Wood Mackenzie, apontam a criação de valor compartilhado como fundamental para o setor, envolvendo parcerias sustentáveis e políticas industriais focadas em crescimento econômico e geração de empregos. A importância do papel governamental é destacada pela Dra. Michelle Foss, que alerta para a necessidade de uma governança transparente na alocação de receitas provenientes da mineração.

O relatório defende que a colaboração multissetorial é essencial para atender à transição energética e à crescente demanda por minerais críticos. Para Richard Rothenberg, da Global AI, práticas sustentáveis e engajamento comunitário são fundamentais para o sucesso a longo prazo, enquanto Peter Bryant, da Clareo, ressalta que a indústria vive um ponto de inflexão, com novas formas de parcerias e maior comprometimento com a prosperidade compartilhada.

Com informações de Brasil Mineral.