Quem acompanha o noticiário do mercado de tecnologia sabe que o mercado de datacenters está em forte expansão. Mas outro componente da infraestrutura global de TI também não fica atrás.
É o setor de cabos submarinos, cada vez mais essenciais para a transmissão de dados entre países. Reportagem da CNBC informa que o investimento neste setor deve chegar a US$ 13 bilhões entre 2025 e 2027, quase o dobro do valor aplicado entre os anos de 2022 e 24.
Entre os maiores investidores deste mercado estão, claro, as big techs. De dez anos para cá, essas empresas passaram a investir em infraestruturas próprias e a dividir o mercado que anteriormente era dominado por companhias mais tradicionais de telecom, como a Alcatel. Atualmente, as big techs respondem por metade do setor de cabos submarinos, de acordo com a reportagem.
Em fevereiro deste ano, a Meta anunciou o projeto Waterworth, uma rede gigantesca de 50 mil quilômetros de cabos submarinos que deve conectar cinco continentes. Também neste ano, a Amazon anunciou seu primeiro projeto exclusivo de cabos, o Fastnet. Ele conectará os EUA à Irlanda. Já o Google, que atualmente opera mais de 30 cabos, trabalha em um grande projeto que conectará os EUA a ilhas caribenhas e à Espanha.
Com o aumento da importância dos cabos, cresce também o risco de ataques. Pesquisadores do Center for Strategic and International Studies, instituição americana de monitoramento de segurança, alertam para algumas regiões em particular: o mar Báltico (que banha países que fazem fronteira com a Ucrânia) e Taiwan.
“Com a grande quantidade de barcos em determinadas áreas, o risco de acidentes é alto. Mas se você tiver, por exemplo, navios civis russos, ou barcos pesqueiros chineses, e um cabo for cortado, você pode dizer que foi só um acidente. Mas será que foi só um acidente?”, questiona Erin Murphy, pesquisadora do instituto.