Investimentos em cabos submarinos disparam

Coluna: André Cardozo

Coluna que cobre temas como cloud computing, Inteligência Artificial e outras tendências do mundo da tecnologia. Editada por André Cardozo, jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura de tecnologia

Investimentos em cabos submarinos disparam

Entre os maiores investidores deste mercado estão as big techs

Investimentos em cabos submarinos disparam

Quem acompanha o noticiário do mercado de tecnologia sabe que o mercado de datacenters está em forte expansão. Mas outro componente da infraestrutura global de TI também não fica atrás.

É o setor de cabos submarinos, cada vez mais essenciais para a transmissão de dados entre países. Reportagem da CNBC informa que o investimento neste setor deve chegar a US$ 13 bilhões entre 2025 e 2027, quase o dobro do valor aplicado entre os anos de 2022 e 24.

Entre os maiores investidores deste mercado estão, claro, as big techs. De dez anos para cá, essas empresas passaram a investir em infraestruturas próprias e a dividir o mercado que anteriormente era dominado por companhias mais tradicionais de telecom, como a Alcatel. Atualmente, as big techs respondem por metade do setor de cabos submarinos, de acordo com a reportagem.

Em fevereiro deste ano, a Meta anunciou o projeto Waterworth, uma rede gigantesca de 50 mil quilômetros de cabos submarinos que deve conectar cinco continentes. Também neste ano, a Amazon anunciou seu primeiro projeto exclusivo de cabos, o Fastnet. Ele conectará os EUA à Irlanda. Já o Google, que atualmente opera mais de 30 cabos, trabalha em um grande projeto que conectará os EUA a ilhas caribenhas e à Espanha.

Com o aumento da importância dos cabos, cresce também o risco de ataques. Pesquisadores do Center for Strategic and International Studies, instituição americana de monitoramento de segurança, alertam para algumas regiões em particular: o mar Báltico (que banha países que fazem fronteira com a Ucrânia) e Taiwan.

“Com a grande quantidade de barcos em determinadas áreas, o risco de acidentes é alto. Mas se você tiver, por exemplo, navios civis russos, ou barcos pesqueiros chineses, e um cabo for cortado, você pode dizer que foi só um acidente. Mas será que foi só um acidente?”, questiona Erin Murphy, pesquisadora do instituto.